Geraldo Corgozinho ocupa tribuna da Câmara para esclarecer questionamento dos vereadores

Técnico revela que este ano, prefeitura realizou apenas três repasses ao projeto do volei

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“Nossa equipe é vice-campeã brasileira em Foz do Iguaçu, quando jogamos na final contra São Paulo, e perdemos para o Colégio Campos Sales. Mesmo ficando com a vice liderança, esse é um título importantíssimo para Juatuba. Isso é bom para mostrar que os meninos da cidade têm potencial de alavancar ainda mais o nome de Juatuba”, destaca técnico do projeto de Voleibol.

Pela primeira vez, o plenário da Câmara de Juatuba ficou lotado de jovens e adolescentes durante a reunião ordinária dos vereadores. A presença do público foi em razão da fala do   Técnico Geraldo Corgozinho, do projeto de Vôlei. Um requerimento aprovado pelos parlamentares na última semana, solicitava a prestação de contas dos recursos repassados pela prefeitura ao projeto, bem como uma planilha com os apoios e onde foram aplicados os recursos.

Conhecido por sua posição firme frente ao cumprimento do Regimento Interno da Câmara, o presidente do Legislativo, Laécio do Silvestre, colocou em votação a participação do técnico na Tribuna, uma vez que ele não havia feito inscrição prévia. Com o aval de todos os vereadores, Geraldo explicou que o projeto atende cerca de 300 alunos de diversas regiões da cidade e também de outras cidades, que vem para Juatuba para “servir de espelho” para os jovens atletas, já que desempenharam grande destaque no vôlei em seus municípios.

“Há alguns dias questionaram se eu trago os meninos de fora e se eles eram bancados pela prefeitura. Eu os trago por minha conta, com o meu dinheiro. Eu os trago para servir de espelho e alavancar a tradição e o desejo esportivo dos jovens da cidade, e isso tem surtido efeito. No time sub 14 por exemplo, temos o melhor jogador do Brasil e não é só um, temos muitos outros craques aqui”.

O técnico contou sobre a dificuldade e falta de recursos e que muitas vezes, os gastos com o projeto, como transporte e alimentação dos meninos, são custeados do próprio bolso. “Visitamos todas as escolas de Juatuba para captar jovens para participar dos treinamentos. Conseguimos consertar um micro-ônibus da prefeitura e mesmo sem recursos, retirei o valor do meu bolso e consertamos o veículo, que voltou a quebrar mais duas vezes em Belo Horizonte. Aos trancos e barrancos consertamos o veículo novamente e ele está levando os garotos para os jogos. Além disso, eu gosto de dar lanche para os meninos e isso tudo faço com muito carinho”, revelou.

Geraldo disse ainda que o voleibol é efêmero e quem faz sucesso hoje, não fará amanhã e que todo seu trabalho é feito por amor e não pelo dinheiro. “Um exemplo disso é que de janeiro até hoje a prefeitura liberou recurso para o projeto apenas três vezes. E isso não é absurdo, porque não podemos trabalhar por dinheiro, trabalhamos por prazer. Se vier o dinheiro ótimo, se não vier, trabalhamos muito mais, porque Juatuba merece”, disse o técnico.

Corgozinho finalizou pontuando que o papel da Câmara é importante para o município, e por isso, todos os documentos foram entregues para a prestação de contas, após a solicitação. “Vocês terão a oportunidade de ver os documentos que entregamos e notar que o projeto sobrevive mais pela nossa boa vontade e amor pelo que fazemos”.

Vereadores cobram projetos para outras modalidades esportivas e pedem implementação do Bolsa Atleta

Após participação do técnico na tribuna, os vereadores criticaram a administração pela falta de incentivo ao esporte. O próprio líder do governo, o vereador Jurandir dos Santos, afirmou que o projeto de vôlei deveria ser “descentralizado e sair um pouco da região central”, para atender comunidades mais distantes, já que alguns alunos não têm condições para se locomoverem.

Ted Saliba pontuou sobre um projeto de vôlei de Boa Vista, mantido por João Júnior e Maurício, que não tem o apoio da Secretaria de Esportes. “Existe esse projeto que também poderia ser apoiado, para ser potencializado. É importante que os pais cobrem e incentivem as práticas, já que o esporte faz a diferença na vida das crianças”.

O presidente da Câmara, Laécio do Silvestre reiterou ser necessário que o governo dê atenção aos times amadores da cidade, que não têm recebido qualquer apoio do poder público. “Eu não vou me cansar de fazer essa solicitação aqui, e tenho certeza que essa cobrança não será em vão. Infelizmente, a secretaria não tem dado importância para essa categoria, que é a base do esporte juatubense e movimenta os gramados, dentro e fora da cidade. É preciso mais incentivo. Não estou vendo mudança apesar das cobranças e parece que ninguém está escutando essa casa”, afirmou.

Léo da padaria frisou a importância do trabalho do técnico para a cidade e revelou que o atraso dos pagamentos aconteceu por “incompetência do Secretário de Fazenda”. “A gente sabe das dificuldades que vocês passam nesse projeto, que o repasse está atrasado por incompetência do secretário de Fazenda. É preciso mais zelo e cuidado com o esporte da cidade”

Vários parlamentares reafirmaram a existência de outros projetos que atendem crianças de forma gratuita, como um Projeto de Capoeira idealizado pelo Mestre Guerreiro, e o de Taekwondo, do Instituto Ícaro Miguel.

Bolsa atleta

Já o vereador Léo da Padaria, cobrou sobre a implementação do Projeto Bolsa Atleta, que foi aprovado pela Câmara recentemente e só depende da implementação. “Infelizmente os membros da prefeitura não realizaram um chamamento público. Peço que a Secretaria de Esportes se empenhe mais, para que atletas da nossa cidade possam representar o município em diversas modalidades. Foi no intuito de ajudar a família e o atleta que o próprio governo propôs a lei”.

O presidente da Câmara, Laécio do Silvestre, encaminhou um pedido de informação à Secretaria de Esportes questionando qual é a real situação do Projeto Bolsa Atleta. “Como sofremos uma pressão muito grande para aprovar esse projeto, precisamos saber qual é a real situação que o mesmo se encontra”, afirmou.