30 ANOS SEM ÁGUA ENCANADA

Moradores do Tiradentes acionam reportagem para denunciar falta d´água por até 30 dias

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Os problemas dos bairros Tiradentes, Atalaia, Paraíso e Coqueiral são antigos e, dentre eles, o que causa maior transtorno é a falta d´água. Os moradores sofrem com a deficiência do abastecimento e, em várias oportunidades ficaram até 30 dias sem água. Apesar das reclamações e pedidos para o poder público, a situação tem se agravado e a comunidade sobrevive sem ter água até para fazer a higiene pessoal. A situação caótica foi tema de reportagem da TV Bandeirantes em rede nacional, exibida na quarta-feira, 27, e trouxe depoimentos dos moradores denunciando a falta de água que se arrasta há mais de 30 anos.

Segundo eles, o bairro nunca teve o fornecimento contínuo, sendo disponibilizados apenas três mil litros de água, a cada 15 dias. A quantidade entregue por um caminhão pipa é insuficiente para as mais de duas mil famílias da região, obrigando os moradores ao racionamento, deixando inclusive de lavar vasilhas, roupas e até mesmo tomar banho. A situação se torna ainda mais delicada, quando envolve as crianças que sofrem bullyng por irem para a escola sem tomar banho.

Sandra Cristina Costa, mãe de seis crianças mostrou a realidade do dia a dia em sua casa. Na pia, um amontoado de vasilhas, o chão da residência cheio de poeira e o tanquinho, virou depósito de roupa suja. “Criar seis crianças já é difícil, imagina sem água para os afazeres e para o próprio consumo”, questionou revoltada.

Se falta água para o consumo, sobra poeira nas ruas que são todas de terra. Para o comerciante Edson Herculano, está muito difícil trabalhar na região, e quem entra em cena quase o dia todo é o espanador de pó. “A pessoa chega para fazer uma compra e leva mais poeira do que mercadoria. Não tenho água para manter a higiene dentro da minha loja. A gente chega a evitar até de dar uma descarga e tomar banho porque não tem água; isso é uma vergonha”, disse.

A COPASA informou em nota que aguarda obras de construção da extensão das redes de água e esgoto na região, que é de responsabilidade do empreendedor na época da implantação dos loteamentos. A mesma justificativa também foi dada pela prefeitura de Mateus Leme.

Já os moradores informam que a empresa responsável pelo loteamento, a “Barra Construtora e Empreendimentos”, de Uberaba, fechou e que é de responsabilidade do município acionar os empresários pela não realização das obras de saneamento.

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