2022 foi um tempo de restabelecimento da saúde depois da ameaça e dos resultados negativos da pandemia da Covid-19 nos dois anos anteriores. Com a adoção de medidas preventivas e, principalmente, a adesão da vacina por grande parte da população, a pandemia foi cedendo espaço e as atividades voltaram a se normalizar com a flexibilização do uso de máscara, o retorno das aulas presenciais, dos eventos artísticos, culturais e de entretenimento.
Em nível mundial, a Copa do Mundo de Futebol levou novamente os torcedores aos estádios, e, na mesma proporção, atletas e torcedores voltaram a lotar os espaços das competições em Juatuba e Mateus Leme fazendo com que o futebol, o vôlei, taekwondo e outras artes marciais, fossem destaque nos campos, quadras e em outros espaços das cidades.
Se no esporte, o ano foi muito positivo para os municípios, com a conquista de medalhas, por outro lado, as cidades vivem um ciclo de diversas demandas que não foram atendidas e promessas que não foram cumpridas.
O Jornal de Juatuba e Mateus Leme ouviu políticos e pessoas dos municípios, e questionou quais obras ou ações são mais importantes para a população este ano. Abaixo, você pode conferir o que os mateus-lemenses e juatubenses querem.
Ted quer desassoreamento e construção de bacias para ribeirões desaguarem
Em janeiro de 2022, as chuvas deixaram um saldo de destruição em Juatuba. Mesmo sem sofrer os impactos mais violentos com perdas de vidas humanas, parte da população ficou desabrigada e com muitos prejuízos em decorrência das inundações do Rio Paraopeba e dos Ribeirões Mateus Leme e Serra Azul. Com medo de que as enchentes ocorram novamente este ano, o vereador Ted Saliba, afirmou que são necessários o desassoreamento e a construção de bacias para os ribeirões desaguarem.
“Realizei duas audiências públicas na Câmara, com grande participação dos moradores atingidos e da prefeitura. Ficou definido a necessidade do desassoreamento dos ribeirões Serra Azul e Mateus Leme, e a construção de bacias para eles desaguarem, mas essas obras não foram realizadas. Somente a limpeza parcial do Ribeirão Serra Azul foi feita. Os níveis do rio Paraopeba e dos ribeirões que cortam Juatuba estão cada vez mais altos, devido à grande quantidade de chuva. Por isso, esperamos que essas obras sejam realizadas com urgência”
Marcos Leiturista preocupado com enchentes O parlamentar Marcos Leiturista também está preocupado com a possibilidade de Juatuba ser atingida por novas enchentes. “Na minha opinião a obra mais importante para Juatuba neste momento é o desassoreamento e contenção das encostas dos Ribeirões Mateus Leme e Serra Azul.
Os moradores que moram nestas áreas, que são constantemente alagadas, não suportam mais o descaso a que estão sujeitos. Espero que 2023 seja um ano de realização de obras que venham trazer mais segurança e dignidade para o povo de Juatuba”.
Jurandir diz que asfaltamento é demanda urgente
Já o líder do prefeito na Câmara, o vereador Jurandir dos Santos, revela que o asfaltamento de ruas da cidade não é uma das obras mais importantes e sim, a de maior urgência.
“São mais urgentes as obras de infraestrutura com o asfaltamento de ruas, principalmente as que fazem parte do itinerário do transporte público escolar, pois a população sofre no período de seca em meio a poeira e também no período chuvoso, quando o barro impossibilita o tráfego. A expectativa é que após o período das chuvas, as obras sejam retomadas, e até o final de 2023 estejam concluídas. O asfaltamento da rota escolar é importante para sanar de vez com a falta de frequência dos alunos, às escolas em época de chuva”, pontua.
Falta iluminação, estacionamento e sobram moradores de rua
A presidente da CDL de Juatuba afirma que uma das principais reclamações dos comerciantes tem sido o aumento dos moradores de na cidade rua. “Já tentamos uma conversa com poder público, mas eles dizem que a culpa é nossa e de toda a população”.
Nádya Amaral diz que os problemas são muitos e um dos que mais incomoda os comerciantes é a falta de estacionamentos na avenida principal da cidade pois, segundo ela, “toda a via é repleta de pontos de ônibus ou de táxi, o que torna impossível os clientes estacionarem. Este problema contribui para a perda de clientes para as cidades vizinhas, onde há possibilidade e comodidade para os consumidores estacionarem até na porta dos comércios”. A iluminação pública também é alvo de muitas reclamações e, de acordo com Nádya “ainda é precária em quase toda a cidade”. “Acredito que se tiver uma comunicação boa, entre poder público e as lideranças do município, toda e qualquer obra pendente ou que ainda não se iniciou, teria grandes chances de chegar ao êxito”, completa.
Para resolver queijo suíço só a máquina de asfalto em pleno funcionamento
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Juatuba, Geraldo Ricardo de Lima, afirma que a prefeitura teve um excelente orçamento em 2022, mas as obras ficaram apenas nas promessas. O maior desejo do sindicalista este ano, é ver a máquina de asfalto em pleno funcionamento, depois de inúmeras promessas. “Meu maior desejo é ver asfalto sendo fabricado e colocado nessas ruas precárias e cheias de barro. É preciso também a fabricação de asfalto para tapar todos os buracos desse verdadeiro queijo suíço”. Segundo Geraldo, a pavimentação feita em Juatuba é de péssima qualidade e em várias ruas o asfalto aplicado ano passado já está deteriorado. “Outro ponto a ser observado é o alto custo com a empresa de tapa buracos, ela tapa o buraco em um dia, vem a chuva e leva tudo embora no outro. As palavras certas são: planejamento e qualidade”, alerta.
MATEUS LEME
Presidente da Câmara defende mais infraestrutura nas comunidades rurais
O novo presidente da Câmara, o vereador Chico da Venda, afirmou que cada vereador possui uma bandeira no Legislativo e que a dele é uma melhor infraestrutura das comunidades rurais do município. Chico diz ser necessária a implementação de novos asfaltamentos e melhorias nas vias, principalmente nos acessos ao Centro da cidade e também à capital, que segundo ele, “ficou devendo nos últimos anos”.
“Conversei muito com o prefeito e ele havia me dito que asfaltaria no ano passado a estrada do Magaba, que vem para Varginha, que tem trânsito muito intenso. Reiterei com ele essa necessidade, principalmente para o melhor escoamento da produção rural, e ele me garantiu que buscaria recursos para asfaltarmos este ano”.
Chico revela também que o escoamento da produção de hortifrutigranjeiros é um grande desafio nesta época de chuvas. “Estou confiante que isso irá se concretizar, porque grande parte do Ceasa hoje é abastecida por fornecedores da nossa região”.
Pretinho relembra reconstrução da ponte do bairro Central
Há uma década Mateus Leme espera a conclusão da obra da ponte do bairro Central. A construção que está inacabada sobre uma linha de trem é uma demanda de mais de 30 anos da comunidade e, por causa de um erro técnico, parte da estrutura precisou ser demolida. O acesso começou a ser construído em 2012, mas a obra foi interrompida. Em 2014, operários voltaram a trabalhar no local, porém houve outra paralisação. Durante a última retomada das obras, um erro foi constatado durante uma visita técnica da Secretaria de Estado de Obras Públicas e a responsabilidade está sendo apurada até hoje. O prejuízo ainda não foi calculado, mas até o momento, cerca de R$230 mil foram investidos.
O vereador Pretinho Hospital relembrou a necessidade da ponte do bairro Central e disse que “além de importante, a construção irá facilitar o acesso à região, visto que os bairros cresceram muito e aumentou o fluxo de pessoas e carros”. Pretinho alerta também sobre a necessidade urgente de asfaltamento nos bairros e principalmente nas vias de tráfego dos ônibus escolares.
Escola do bairro Central e UBS`s do Araçás e Centro
Já o Sindicato dos Servidores Públicos de Mateus Leme, acredita que a finalização e entrega da Escola do Bairro Central, que irá atender cerca de 870 crianças é uma das maiores expectativas da comunidade mateus-lemense. Outras obras que precisam ser terminadas segundo o sindicato são as Unidades Básicas de Saúde do bairro Araçás e do Centro, que estão abandonadas e sucateadas. “Se estivessem funcionando, haveria melhora na qualidade no atendimento dos usuários e valorização dos profissionais de saúde que trabalham hoje em locais sem estrutura, o que reflete o descaso, o descuido e a ausência de recursos humanos para o sistema de saúde no município”.
De acordo com a presidente da entidade, Priscila Gondim, é no serviço público, que o vínculo entre o trabalho e o desenvolvimento social é evidente. “O trabalho dos servidores público está diretamente ligado ao desenvolvimento social. Por isso, valorizá-los com melhores condições de estruturas de trabalho, é garantir uma sociedade melhor para todos os munícipes sem exceção”, completa.
Um ano sem ponte na Vila do Raul, em Azurita
No início do ano de 2022, a enchente levou a ponte da Vila do Raul rio abaixo, e desde então, os moradores da região Bom Jardim e Condomínios Quinta dos Cristais e Liberdade, dentre outras comunidades adjacentes, em Azurita, têm sofrido para transitar na região.
De acordo com a professora Eriane Grigório, houve esforços e inúmeros imprevistos, mesmo no início quando conseguiram uma passagem provisória. Entretanto, a situação é difícil e se agrava ainda mais devido ao período de chuva. Segundo a professora, a obra parece estar parada e a ponte provisória, feita de madeira, perdeu os cabos de aço no guarda-peito.
“Há riscos de acidentes. Caminhões pesados passam sobre ela diariamente. Há um ano não temos transporte público, e não entendemos o porquê, visto que veículos pesados de até quatro toneladas são permitidos. Ressalto que a ponte de madeira já dá sinais de alerta, está cedendo, com péssima iluminação e zero segurança, tornando complicado a locomoção de idosos, crianças e de trabalhadores que precisam acordar muito cedo e chegar até Azurita”, revela.
Ainda segundo a educadora, a estrada sempre foi e é muito importante, pois liga Azurita à cidade de Pará de Minas. Sem contar que há grande investimento imobiliário na região.
Já a moradora da região Vânia Rosa, reclama também que a passagem de pedestres próxima à ponte, também não existe mais e parece que a Copasa abandonou uma obra de captação próxima ao local. “A situação é calamitosa, fica difícil se arriscar passando pela ponte de madeira, competindo espaço com carros e caminhões pesados. Quando não dá, tem que atolar literalmente o pé no barro. É muito triste o abandono da região”, finaliza.