A Secretaria de Esportes de Mateus Leme apostou na inclusão e está oferecendo gratuitamente à população a modalidade de bocha paralímpica. Segundo o Secretário-adjunto de Esportes, Lazer e Turismo, Warley Gonzaga, a iniciativa surgiu em 2023, por meio de uma parceria com a ONG Pontinclusiva de Betim, que auxilia na inclusão de pessoas com deficiência e a intenção era apoiar um atleta já conhecido na cidade, adepto desta modalidade.
Emanuel Rocha, também conhecido como Manu, tem 20 anos e cursa Teologia pelo STEBER, em Itaúna. Ele é um atleta vencedor de competições em diversas modalidades para atletas com deficiência. Por falta de oportunidades na cidade, Manu disputava pela equipe da ONG Pontinclusiva.
Porém, em 2023, com o crescente destaque do jovem atleta, a prefeitura ampliou as práticas esportivas que são oferecidas gratuitamente pelo município, com introdução da bocha olímpica.
Manu já participou de importantes torneios, como JEMG regional, JIMI paralímpico, atletismo com arremesso de peso, corrida de cadeira e natação. O jovem atleta ostenta uma coleção de títulos, sendo sua primeira medalha, o bronze em 2008, com arremesso de peso. Dentre as principais conquistas, estão também quatro medalhas na modalidade de corrida de cadeira. Já pelo Jogos Estudantis de Minas Gerais, Manu disputou a bocha olímpica. Foram cinco vitórias que lhe renderam o bronze em 2016, o ouro em 2017, novamente o bronze em 2018 e o ouro em 2019 e 2023.
De acordo com o secretário, o município sempre teve como meta ampliar as opções de treinamento na área esportiva, porém, mais que oferecer novas práticas, a pasta entendeu que o processo de inclusão também se tornou um novo direcionador de políticas públicas. “Nosso objetivo sempre foi atender outras modalidades esportivas além do futebol, nosso esporte nacional. Diante da necessidade e a importância da inclusão de todos nas modalidades esportivas, iniciamos o Projeto da Bocha Paralímpica”, explica. Ele também relaciona os benefícios específicos que essa modalidade traz para o público com deficiência. A bocha olímpica trabalha capacidades físicas, muitas vezes deixadas de lado por causa da deficiência, bem como a concentração, elaboração de estratégias, resolução de problemas, dentre outros benefícios”, detalha.
O secretário também revela que novas categorias podem ser incluidas para os atletas portadores de deficiência, de acordo com a demanda. “Estamos analisando as competições existentes para enviar os nossos atletas e estudando a abertura de outras modalidades inclusivas para este público”.
A equipe atual conta com três alunos que, além do Manu, também é composta por Bruno Silva, de 29 anos e Weillisson Lima, de 30 anos. A turma deve aumentar ainda, neste mês, com a chegada de novos alunos.” Estamos com uma parceria com a APAE para atender, a partir do mês de maio, mais alunos que virão da entidade”, revela.
Para o campeão Manu, a iniciativa da prefeitura trouxe comodidade e acessibilidade ao esporte, para atletas PcD da região. “Trazer a modalidade bocha para o município facilita muito no nosso dia e também nos proporciona a possibilidade de levar conhecimento e prática de bocha para outros cadeirantes”, diz. Competir pela cidade também é outro ponto positivo. “Ter a possibilidade de competir com essa equipe de Mateus Leme, que são meus colegas é muito bom”, relata.
As aulas são realizadas todas as sextas-feiras, às 11h, no poliesportivo e podem participar todos atletas PcD, sem distinção de idade e, a modalidade é adaptada de acordo com o tipo de deficiência.
Os treinos são acompanhados pelo professor Gabriel Campos e monitorados pelo treinador e idealizador do projeto, Danilo César que faz parte da Pontinclusiva, que tem resultados na bocha paralímpica que tornaram a ONG referência na modalidade.
O que é a bocha paralímpica
Também conhecida como bocha adaptada, a bocha paralímpica é um esporte que permite a participação de atletas com paralisia cerebral ou deficiências severas. A modalidade começou a ser praticada no Brasil na década de 70 e teve sua estreia nos Jogos Olímpicos em 1984.
Os atletas podem usar as mãos, os pés ou instrumentos de auxílio para lançar as bolas coloridas o mais próximo possível da bola-alvo, conhecida como bola branca, jack ou bolim. Todos os atletas devem se locomover obrigatoriamente por meio de cadeira de rodas. As provas podem ser disputadas individualmente, em duplas ou em equipes de até quatro pessoas. Cada time tem direito a quatro bochas por partida, e o objetivo é se aproximar o máximo possível do ponto onde a bola-alvo parar.