Ministério Público apresenta denúncia contra acusado pelo assassinato de Andreia Julião

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O Ministério Público de Juatuba apresentou denúncia contra o autor do assassinato de Andreia Julião, crime que ocorreu no dia 8 de abril, no bairro Cidade Satélite e ganhou ampla repercussão. A brutalidade gerou comoção na cidade e foi tema de debates em audiências públicas, além de manifestações de amigos, familiares e da comunidade.

De acordo com a denúncia apresentada pelo promotor de justiça Lélio Braga Calhau, o crime foi cometido pelo ex-marido da vítima, com quem Andreia se relacionou por 27 anos, mas de quem estava separada há oito. O promotor descreveu o crime como sendo motivado por sentimento de posse em relação à vítima e inconformismo com o término do relacionamento. Segundo o texto da promotoria, “o ato foi cometido por motivo torpe, de forma cruel e por razões da condição do sexo feminino, configurando feminicídio”.

O promotor Lélio Calhau destacou que há provas suficientes para a deflagração da ação penal, tanto de autoria quanto de materialidade. A denúncia aponta que o crime, tipificado no Artigo 121 do Código Penal Brasileiro, presume ilicitude e culpabilidade, evidenciando a prática de um crime contra a vida. No pedido apresentado, o promotor solicita que o denunciado seja levado a julgamento em sessão plenária do Tribunal do Júri. Além disso, requer a fixação de um valor indenizatório mínimo aos familiares da vítima, incluindo danos materiais.

Promotoria espera que julgamento ocorra ainda este ano

Desde 2022, o Ministério Público de Juatuba e Florestal está sob a responsabilidade do promotor de Justiça Lélio Calhau e, em conversa com nossa reportagem, ele destacou que “a instituição está atuando diretamente com a rede de proteção da comarca para melhorar a proteção da mulher vítima de violência doméstica”.

Lélio Calhau salientou a importância das mulheres buscarem ajuda, em casos de violência. “Em caso de ocorrência de violência doméstica, é fundamental que a vítima procure as polícias e o Ministério Público, para análise do caso”.

Exigir medidas protetivas também são fundamentais de acordo com Dr. Lélio. “É extremamente importante que a vítima peça medidas protetivas e, o Ministério Público tem atuado com as polícias para melhorar a proteção das mulheres na comarca”, reforçou.

“O Ministério Público espera que o acusado seja levado ao Tribunal do Júri ainda em 2024 para ser julgado pelo crime de feminicídio”, afirmou Dr. Lélio Calhau.

Relembre o caso

Andreia Julião foi encontrada morta nas margens da linha férrea que corta o bairro Cidade Satélite, onde morava. Inconformado com o novo relacionamento de Andreia, o ex-marido da vítima premeditou o assassinato com frieza. No dia do crime, ele escreveu uma passagem bíblica na parede de sua residência, que nomeou a operação policial: Provérbios 6:34, sobre o ciúme e a vingança do marido.

Andreia passava diariamente por uma linha férrea, que ligava sua casa à rua onde pegava o ônibus. A.C.T. aproveitou a região deserta para se esconder usando capuz e boné. Quando Andreia passou, ele a atacou com uma enxada e uma faca, arrastando-a para uma mata próxima para esconder o corpo.

O relatório policial detalha a frieza do acusado, que planejou meticulosamente o crime para evitar ser pego. Ele usou luvas para não deixar digitais, descartou as roupas usadas no crime, cobriu o rosto para que Andreia não o reconhecesse, espalhou copos e garrafas de bebida para desviar a culpa para um terceiro, e jogou a bolsa da vítima no rio para sugerir um latrocínio. Após o crime, ele buscou criar álibis, visitando vizinhos e amigos, além de levar o filho à escola.