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Na última semana, denúncia envolvendo a Secretária de Educação de Juatuba tomou conta das redes sociais. O caso ganhou repercussão após a mãe de um estudante acusar o ex-secretário de Educação, Wesley Silva, de constranger seu filho durante um “interrogatório” na Escola Municipal Etelvina de Oliveira Guimarães. A ocorrência culminou na exoneração do secretário no dia 3, conforme publicação no Diário Oficial do município.
O desfecho não foi uma surpresa completa para a população, que já vinha acompanhando o desenrolar dos acontecimentos nas redes sociais. Alguns moradores compartilharam a insatisfação com a postura do secretário em confiscar o celular do estudante e interrogá-lo sem comunicar imediatamente os responsáveis. “Ele não deveria fazer isso sem a presença dos pais”, disse uma internauta.
A polêmica, no entanto, não parou por aí. Outra denúncia, envolvendo outro aluno da mesma escola foi apresentada ao Conselho Tutelar. Desta vez, uma avó procurou o órgão para relatar que o neto também teria sido vítima de atitudes inadequadas por parte do ex-secretário Wesley Silva, durante a mesma visita na Escola Municipal Etelvina de Oliveira Guimarães.
Segundo o boletim de ocorrência registrado, o menor declarou que o secretário o teria levado para uma sala fechada na escola. “Ele jogou o caderno na minha cabeça. Ele me empurrou com o dedo e falou que meu pai é um drogado. Ele me jogou na parede e ficou lá na sala comigo por duas horas. Jogou todos os meus materiais da escola fora. Eu fiquei em pé o tempo todo, fiquei com medo e minhas pernas tremiam”, diz o documento.
Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, a diretora da instituição foi chamada ao Conselho Tutelar para prestar esclarecimentos e teria alegado problemas disciplinares com o aluno e, diante da dificuldade em lidar com a situação, pediu o apoio do Secretário de Educação para intervir.
De acordo com o registro da ocorrência, ela afirmou que a conversa entre o aluno e secretário teria durado cerca de 30 minutos. Ela também não teria presenciado nenhuma agressão e explicado que os materiais do aluno não foram descartados, mas sim, substituídos.
Resposta do ex-gestor da pasta
Procurado pelo Jornal de Juatuba e Mateus Leme, o ex-secretário afirmou que decidiu se afastar do cargo para que a situação seja apurada. Em resposta às novas acusações, ele apresentou a sua versão dos fatos na nota que segue na íntegra:
“No dia 27/08/2024 o Senhor Secretário Wesley Silva foi chamado à Escola Municipal Etelvina de Oliveira Guimarães pela diretora, Senhora Ana Maria Gonçalves de Oliveira. De acordo com relato da diretora, os professores e as famílias dos outros alunos da sala estavam cobrando uma medida para frear o comportamento completamente inadequado do menor R.G. que possui uma dezena de atas sobre reiteradas indisciplinas.
Após várias atas de convocação da família à escola sem sucesso, a escola pediu ajuda ao Conselho Tutelar. A pedagoga da escola, Senhora Gisele Silveira foi pessoalmente ao Conselho Tutelar pedir ajuda mas, foi informada por uma conselheira de nome Cléia que situações de indisciplina não são de responsabilidade do Conselho Tutelar.
O Secretário de Educação à época dos fatos foi até a escola e conversou com o aluno, após verificar junto com os professores que os materiais escolares estavam rasgados, sujos e sem condição de uso, o Senhor Secretário solicitou à diretora que providenciasse novos materiais e um professor se prontificou a doar uma nova mochila.
O fato é que os profissionais da Educação estão ficando doentes em sala de aula por causa da indisciplina dos alunos e negligência das famílias e às vezes do Conselho Tutelar.
O Senhor Secretário de Educação Wesley Silva decidiu se licenciar do cargo até que todas as denúncias sejam devidamente apuradas e a verdade venha à tona.
Meu nome com mais de 23 anos na Educação sempre foi pautado pela disciplina, ética e honra, e não será maculado por inverdades e ações de caráter extremamente duvidoso. As ações jurídicas já foram tomadas e a verdade irá prevalecer”.
