O julgamento do acusado do assassinato de Andreia Julião, ocorrido em 8 de abril no bairro Cidade Satélite, foi marcado para o dia 12 de dezembro, às 9h. O réu, Ariosvaldo Correia Telles, ex-marido da vítima, será ouvido no Tribunal do Júri, localizado na Rua Mário Teixeira, 10, no centro da cidade. O crime, que chocou a comunidade pela brutalidade, mobilizou a população e autoridades em busca de justiça.
Alegação de problemas mentais
A notícia sobre o julgamento trouxe alívio à população, que acompanhou de perto o caso desde o desaparecimento de Andreia até a identificação e prisão do autor. No entanto, a linha de defesa do acusado que vai pretende sustentar problemas mentais, tem preocupado os moradores.
O pastor Fernando, amigo da família, que ajudou nas buscas por Andreia, aguarda um desfecho justo. “Graças a Deus vamos virar mais uma página desse episódio triste e lamentável. Mas a minha expectativa é que seja um julgamento baseado na verdade. Sem essa de dizer que o réu tem problemas mentais. Que a justiça seja praticada”, disse.
Ele também destaca a necessidade de uma legislação mais firme sobre a violência contra a mulher. “Desejo que o poder Legislativo do nosso país acorde para a crescente violência e mude esse código penal arcaico. Sou contra a pena de morte, mas prisão perpétua eu acho que deveria ter no Brasil. É tanta progressão que o criminoso é o mais favorecido. Penitenciária vende penitência; não vejo preso algum pagando penitência por seus crimes. Já as famílias ficam desamparadas”, diz.
A vereadora recém-eleita Joelísia Feitosa, que liderou campanhas de mobilização por justiça por Andreia Julião, falou sobre as consequências do crime, que não somente tirou a vida de Andreia, mas abalou profundamente a família. “Estamos buscando apoio para a família da Andreia, que infelizmente está desmantelada e dividida. É muito triste tudo isso que aconteceu”, revela.
Assim como Pastor Fernando, ela também cobra um resultado justo. “Nossa expectativa é que haja condenação, porque é um crime que precisa de uma resposta exemplar para a sociedade. Estamos confiantes, apesar das tentativas de alegar insanidade mental, porque a pressão da comunidade e a articulação com os poderes públicos foram fundamentais. Não apenas para punir, mas também para fortalecer a prevenção e a rede de proteção às mulheres.”
Relembre o caso
Andreia Julião foi encontrada morta às margens da linha férrea que corta o bairro Cidade Satélite. O ex-marido, inconformado com o novo relacionamento da vítima, premeditou o crime com frieza.
No dia do assassinato, Ariosvaldo atacou Andreia enquanto ela atravessava uma área deserta a caminho do trabalho. Ele utilizou uma enxada e uma faca, arrastando o corpo para a mata próxima. A investigação revelou que o réu usou luvas para evitar rastros, destruiu pertences da vítima e simulou um latrocínio para despistar a polícia.