As chuvas intensas nos últimos dias não trouxeram apenas alagamentos, mas também um transtorno que tem tirado o sono de alguns moradores no bairro Cidade Nova II, em Juatuba: o retorno do esgoto para dentro das casas. A situação foi registrada em um vídeo que mostrou a água das chuvas misturada com dejetos invadindo as residências da Rua Antônio Batista Duarte.
Segundo a auxiliar de Departamento Pessoal, Maria Helena Silva, quem mora na parte debaixo do nível da rua teve o imóvel alagado. “O pessoal da parte de baixo está tirando água de dentro de casa. Ninguém sabe de onde está vindo tanta água”, comentou em um grupo de whatsapp.
Segundo ela, o problema não é apenas a chuva, mas sim uma falha no sistema de esgoto, que não estaria suportando a vazão e acaba retornando para dentro das residências. “Se ao menos essa maldição desses esgotos não entrasse para dentro do quintal”, diz indignada. “Se fosse somente a água da chuva, ainda dava para passar. Mas daí tem a intervenção do homem, que faz um serviço porco que prejudica as pessoas”.
O transbordamento de esgoto durante chuvas é um problema antigo em Juatuba. Há anos os moradores reclamam do problema, sem respostas efetivas da Copasa. “Aqui em casa eu fiz nove caixinhas e não adianta nada. Trovejou, o esgoto voltou pra dentro de casa. Você não sabe o que é chuva e o que é b…, vira aquela confusão”, desabafa.
Segundo ela, todo ano a situação se repete, mas as reclamações acabam sendo ignoradas quando chega a estação seca. “A gente fala, fala, aí vem o frio, a seca, o verão, e todo mundo esquece. Espera de novo a chuva voltar para acontecer a mesma coisa. A mesma ladainha, a mesma conversa”, diz indignada.
Para ela, a negligência tem sido da Copasa que não resolve a situação. “Se alguém aqui em casa adoecer depois dessa chuva de hoje, vocês se preparem. Ou a Copasa aprende a trabalhar e faz o serviço direito, ou ela vai passar para outra empresa. Se não dá conta, tem que entregar”, esbraveja.
Além do mau cheiro, o contato com esgoto representa riscos à saúde e a conta da limpeza vai para o bolso dos moradores. “Quando parar de chover, temos que comprar cloro para fazer a desinfecção das nossas casas”, explica Maria Helena.
