Eventos drive-in viram opção para driblar a crise durante a pandemia

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Festas em formato drive-in e transmissões on-line têm sido alternativa para movimentar o setor

O setor de eventos e entretenimento é um dos mais afetados pela Covid-19. Ele engloba uma série de categorias de profissionais que, direta ou indiretamente, compõe a cadeia produtiva do segmento e, diante da proibição de realizar eventos e aglomerações, quem vive de eventos precisou se reinventar e tem encontrado na modalidade drive-in e nas transmissões pela internet, uma luz no fim do túnel.

Para garantir que um evento aconteça, o produtor ou realizador precisa pensar em diversos detalhes e começar a preparação muitos meses antes. Onde será, quais as atrações, cenário, som e iluminação, equipes de apoio e segurança, tudo precisa ser bem planejado para que o produto final seja o melhor possível.

A chegada do novo coronavírus trouxe angústia e incerteza para muitos produtores. Para alguns, a agenda de 2020 já estava lotada e os cancelamentos pegaram todos de surpresa. Jordane Batista é publicitária e empreendedora do setor. Natural de Juatuba, ela faz eventos de grande porte em todo o estado. Sua empresa é especializada na parte operacional e costuma gerar muitos empregos na região de Juatuba, Mateus Leme e Betim. “Hoje, eu atendo as maiores produtoras de Minas e só no mês de abril eu perdi mais de 12 eventos. A gente foi o primeiro setor a parar e seremos o último a voltar; mas o pior é que não temos nenhuma previsão de quando voltaremos à normalidade”, desabafa.

Depois de dois meses completamente parada, a produtora de Jordane voltou a trabalhar com os eventos drive-in, sistema em que as pessoas acessam os espaços de carro para acompanhar shows, filmes e outras apresentações. A modalidade já estava funcionando em São Paulo e chegou recentemente a Belo Horizonte e algumas cidades do interior. Com a legalização desse tipo de evento na capital mineira, as demandas de prestação de serviços já começaram a chegar para Jordane, que acredita que, mesmo com equipe reduzida, os trabalhos já trazem alívio a um setor que estava 100% paralisado e continua muito abalado. “Eu acho que o drive-in é a solução neste momento, mas não é nada parecido com o que eu fazia antes. No Carnaval, por exemplo, minha empresa estava presente nos três maiores eventos de Belo Horizonte e, contratei quase 200 pessoas. Em épocas normais, aos finais de semana, contratava em média de 20 a 30 pessoas. Hoje, mesmo com o drive-in sendo um evento esporádico e precisando de apoio de uma equipe reduzida, já consigo colocar uma, duas, ou até cinco pessoas trabalhando e elas podem ter uma renda, pois tem muita gente que não está ganhando nada. Quem vivia apenas de eventos, está em uma situação desesperadora, com o dinheiro só saindo da conta”, diz Jordane.

Ela salienta que já produziu eventos com transmissão ao vivo, mas que a forma presencial, mantendo distância, fará mais sucesso. “Eu entendo que o brasileiro é muito caloroso; ele precisa sair, ter contato com as pessoas, sentir a energia e eu acho que a solução ideal para este momento são os drive-in. Em Belo Horizonte e aqui na região este formato já está fazendo sucesso e enquanto isto, vamos mantendo a esperança de retornar com os grandes eventos”, destacou.

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