Funcionários do Hospital de Campanha desmentem vídeo de Dr. Renilton

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Profissionais que atuaram na unidade de saúde assinaram nota atestando funcionamento dos respiradores

As controvérsias em torno dos vídeos publicados pelo prefeito de Mateus Leme, Renilton Coelho, continuam ganhando destaque na cidade. Em suas duas primeiras semanas de trabalho, o prefeito tem se dedicado a fazer vídeos mostrando falhas da administração em diferentes setores. A chamada transparência, nomeada pelos apoiadores, parece não ir em acordo com as opiniões de quem está no dia a dia de algumas áreas.

É o caso dos profissionais que até o último dia 10 atuavam no Hospital de Campanha. A unidade foi fechada pela nova administração sob alegação de que não tinha condições adequadas para atendimento aos pacientes. Em uma nota de esclarecimento, a organização não-governamental Avante Social desmentiu as declarações do prefeito sobre a ambulância alocada para atender pessoas com Covid-19 na cidade.

De acordo com o vídeo de Renilton, ele foi até o hospital no último domingo, 10, para verificar a situação do veículo. Na ocasião, o chefe do Executivo afirma ter encontrado a ambulância, uma UTI Móvel, sem condições de funcionamento por não possuir respirador. Ele diz ainda que o aluguel do veículo é de R$ 15 mil mensais e que pediria ressarcimento à empresa responsável.

No documento, a Avante Social esclarece que desde o início do contrato a ambulância contava com monitor multiparâmetros, bomba de infusão e um respirador. A nota aponta que ao longo dos últimos meses, o veículo fez diversas transferências de pacientes, entre elas 16 para unidades de saúde de maior complexidade. Além disso, a ambulância teria amparado, mediante solicitação, o deslocamento de pacientes da UPA para o Hospital Santa Terezinha.

O respirador citado pelo prefeito, conforme esclarecimento da organização, teria apresentado avaria logo no início do mês de janeiro. Porém, em momento algum a ambulância teria ficado sem equipamento, já que eles contavam com outros dois respiradores. Como os aparelhos não cabiam no suporte dentro do veículo, eles ficavam guardados no hospital e eram levados para a ambulância quando necessário. Segundo a ONG, diante da incerteza de permanência do hospital de campanha, eles optaram por enviar o respirador para manutenção, após a definição do fim ou renovação do contrato.

A nota de esclarecimento é finalizada com a afirmação de que nenhum paciente deixou de ser transferido por falta de ambulância. A Avante Social destaca ainda que de abril até o último dia de atendimento, 106 pacientes foram internados no Hospital de Campanha de Mateus Leme, dos quais 81 receberam alta, 16 precisaram de transferência, cinco vieram a óbito, dois evadiram e dois ainda estavam internados. O documento foi assinado por todos os profissionais, entre eles médicos, enfermeiros, técnicos, motoristas e recepcionistas, que atuaram no Hospital de Campanha.

Equipe técnica atesta funcionamento

Na semana passada, mostramos aqui que o novo prefeito, juntamente com o secretário de saúde, alegou que o Hospital de Campanha não tinha condições de funcionamento por não ter respiradores aptos para atendimento. Com isso, a unidade temporária deixou de atender pacientes já no dia 04 de janeiro.

Logo após a publicação do vídeo, os vereadores Batata e Guilherme do Depósito foram até o Hospital de Campanha averiguar a denúncia e afirmaram ter visto os equipamentos em pleno funcionamento. Mas não foram só eles que desmentiram o prefeito. Duas enfermeiras e uma fisioterapeuta integrantes da equipe técnica do Hospital de Campanha assinaram um documento no qual contam terem feito vistoria em todos os equipamentos da unidade no dia 05 de janeiro e que eles estavam em perfeitas condições de uso nos leitos para atendimento mais e menos graves.

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