Após a apresentação de um laudo feito pela Prefeitura de Brumadinho, em parceria com os municípios de Mário Campos, São Joaquim de Bicas e Juatuba, constatando que havia presença de metais pesados no rio Paraopeba, a Comissão Parlamentar de Inquérito da Lama, da Câmara de Betim, começou a ouvir testemunhas na última semana.
Os primeiros ouvidos foram o prefeito Vittorio Medioli e o procurador geral do município, Bruno Cypriano. Na sequência, o plenário convidou à CPI, o secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico, Alexandre Bambirra, o gerente do distrito regional de Betim da Copasa, Joaquim Paulo Braga, e representantes da diretoria-executiva da Vale. A expectativa é que a Comissão Processante, convoque também os prefeitos e secretários dos municípios que emitiram o laudo em conjunto.
A CPI quer apurar possíveis crimes ambientais e contra a saúde pública, danos materiais e morais ocasionados pela invasão de lama dos rejeitos da extração do minério pelo rompimento da barragem Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, em 2019. Em janeiro, Juatuba foi inundada pelo rio Paraopeba, trazendo barro e lama para ruas e casas da região. Moradores, na época, declararam que a lama espessa, grudenta e de aspecto diferente nunca tinha invadido as casas. Dezenas de famílias perderam tudo. Além disso, há relatos de sintomas, como febre, coceira, alergia e outros, por causa da lama possivelmente tóxica e com rejeito.
Em nota, a Vale disse que se solidariza com a população da Bacia do Paraopeba impactada pelas fortes chuvas e informou que “já realizou a coleta de material para análise e está conduzindo uma avaliação técnica sobre os eventuais efeitos causados pelos alagamentos ocorridos”. A nota também diz que a empresa está “à disposição para colaborar o máximo possível com os esclarecimentos demandados pelas autoridades”.