© Por: “Maria Mendes”
Início de setembro, o ano era 1822, tempo do Brasil colônia, os portugueses levavam para sua terra natal, as nossas riquezas, da nossa fauna e flora. Um português colecionava pássaros, durante a semana aprisionou centenas de canários amarelinhos, ia embarcar para Portugal e queria levá-los.
Alguns índios olhavam, entristecidos, as avezinhas presas…
Havia nessa tribo três crianças, espertas e inteligentes: Kauã, Sofia e Yasmin. Elas organizaram um plano para libertar as avezinhas.
Véspera do navio partir, o indiozinho Kauã, pegou seu arco / flecha e como sabia imitar animais ferozes, embrenhou-se na mata e bem perto do viveiro atirou uma flecha, fazendo os sons de animais ferozes que aproximavam.
O português, assustado, ouviu o barulho e tratou de sair correndo dali. Nesse momento, as indiazinhas Sofia e Yasmin correram até o viveiro, abriram as portas soltando os canários, que, felizes, alçaram voo para depois se esconderem entre as flores dos ipês amarelos.
Quando o português chegou, viu o viveiro vazio e disse:
_ Alguém soltou os pássaros, mas eles não devem estar longe! Quando chegar vou castigar esses índios, isso deve ser arte daqueles indiozinhos danados! Depois saiu com uma redinha e uma caixa, para recolhê-los. Procurou muito e nada de encontrar as aves.
De repente um enxame de abelhas provindo da floresta, atacou o português que saiu desesperado em busca de ajuda. Seu rosto inchou tanto e sentiu tantas dores, que não teve como aplicar o castigo.
No outro dia o navio partiu … Quando os índios viram que eles tinham ido embora, foram até o ipê e começaram a cantar uma canção de liberdade. Os canários entenderam e começaram a dançar e a cantar. As flores dos ipês foram caindo e formaram um lindo tapete amarelo pelo chão. Kauã subiu no ipê e começou a cantar, enquanto os canários gorjeavam de plena felicidade.
Yasmin chamou os canários para brincar com ela e muitos deles pousavam no seu ombro rodopiando em volta de sua cabeça. A indiazinha Sofia, que gostava muito de desenhar, começou a pintar aquela cena tão linda! As borboletas azuis e amarelas vieram fazer parte daquele cenário encantador. Alguns canários brancos vieram também para festejar. E num misto de alegria e outro sentimento, gratidão, por exemplo o ipê amarelo foi balançando de forma que realçassem as cores verdes, amarelas, azuis e brancas.
Passou por ali, naquele momento, o imperador do Brasil, com sua guarda. era D` Pedro I, que estava em viagem, ia até as margens do riacho Ipiranga, onde lá tinha planos para libertar o Brasil de Portugal. Ele viu aquela cena e ficou encantado com a beleza da liberdade. Quando passou com seus soldados, os ipês balançaram suas flores amarelas para cobrir de amarelo reluzente, festejando e saudando aquele que entendia de liberdade, de independência e almejava fazer do Brasil um país livre.
Sofia pintava tudo e dizia:
_ As cores do Brasil serão verde, amarelo azul e branco. Era sete de setembro de mil oitocentos e vinte e dois. De longe se ouviram o grito:
_ Independência ou Morte !
Os ipês nesse momento balançaram os galhos, suas flores amarelas espalharam- se , pintando toda floresta de amarelo reluzente, como pingos de ouro, como raios dourados de sol, a celebrar tão sonhada liberdade!
E viva nossa liberdade …Viva nosso Brasil!!!
Hoje a flor do ipê amarelo é considerada um símbolo nacional.