Segundo a Organização Mundial de Saúde, uma em cada 160 crianças no mundo tem Transtorno do Espectro Autista e o Abril Azul foi criado para conscientizar as pessoas sobre o autismo, assim como dar visibilidade ao TEA.
Apesar das dificuldades de interação social, os autistas fazem parte da sociedade e têm os mesmos direitos de todos. Conhecer sobre o tema é uma das formas encontradas para diminuir a discriminação. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, o TEA é um transtorno do desenvolvimento neurológico, caracterizado por dificuldades de comunicação e interação social e pela presença de comportamentos e/ou interesses repetitivos ou restritos. Esses sintomas configuram o núcleo do transtorno, mas a gravidade da apresentação é variável. E embora não haja cura, o diagnóstico e intervenções precoces podem alterar o prognóstico e suavizar os sintomas.
Em Juatuba e Mateus Leme existe um programa de atendimento social à crianças em situações especiais através das secretarias de Assistência Social, mas o programa não oferece mais do que é definido pelo Governo Federal. Também a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais desenvolve há muitos anos atividades de integração de pessoas diagnosticadas com TEA. A instituição é referência de atendimento e, atualmente a maioria das crianças encaminhadas para Avaliação na APAE com suspeita ou diagnóstico de TEA, tem aumentado a cada dia, não só nos dois municípios, mas no movimento das APAE’s em todo Estado.
A presidente voluntária da APAE de Juatuba, Aline Margarida Barbosa, disse à reportagem que “Juatuba promove uma política de assistência social que garante o direito da pessoa com deficiência, não diretamente para a pessoa com autismo, mas para todos os deficientes da cidade”.
Ainda segundo a dirigente da entidade, para comemorar o mês da conscientização do autismo, estão sendo promovidas diversas atividades internas e desfile na praça dos Três Poderes. “Foi muito bacana ver todos os garotos tocando na fanfarra na Praça, e também notar a interação da população. Fizemos apenas essas atividades, porque em agosto comemoraremos o mês da pessoa com deficiência e já estamos preparando as atividades”, explica.
O Jornal de Juatuba e Mateus Leme entrou em contato com a APAE de Mateus Leme, no entanto, a entidade não respondeu aos questionamentos acerca das atividades desenvolvidas até o fechamento desta edição.
Professor Wilson e o filho Willian fazem palestras sobre o Autismo
O professor de matemática José Wilson Fonseca Peixoto transformou-se num grande divulgador do Autismo e tem buscado consolidar a inclusão de pessoas com essa deficiência na cidade. Há alguns anos, o professor e seu filho autista Willian Peixoto, de 16 anos, percorrem escolas, entidades de classes e outras instituições fazendo palestras acerca da importância de conhecer o TEA.
Wilson Peixoto é de Carmo do Cajuru e professor nas redes estadual e municipal. Ele conta que o filho possui inúmeras habilidades, como falar vários idiomas: português, inglês, espanhol, italiano, alemão, francês etc; possui uma memória fotográfica fantástica e passeia com desenvoltura pela música, como cantor.
Pai e filho fazem palestras contando a trajetória de Willian como aluno de sucesso na escola regular pública e os desafios enfrentados no dia a dia para conseguir garantir-lhe todos os seus direitos como pessoa especial. Um vídeo apresentado nesses encontros ilustra a sua história desde bebê, com depoimento do pai, da mãe e da irmã. As palestras têm como objetivo passar informações principalmente para profissionais que atuam na área da educação sobre os direitos da pessoa com deficiência, além de mostrar a importância da presença da família na vida e no tratamento do TEA.