As denúncias envolvendo a exploração imobiliária ilegal na Serra do Elefante têm sido um capítulo à parte nas tentativas de preservar o meio ambiente em Juatuba, mas principalmente em Mateus Leme. Além das tentativas de lotear áreas consideradas de preservação permanente, a presidente da Associação Amigos da Serra do Elefante, Cleide Nilza Cândido, destaca a possível conivência da prefeitura com o que ela considera um crime ambiental.
O ano começou com mais um round da luta dos ambientalistas e alguns vereadores contra o que eles chamam de especulação imobiliária que terá como consequência a destruição do maior Patrimônio Natural do município. Em entrevista ao Jornal de Juatuba e Mateus Leme, a presidente da AASE – Associação Amigos da Serra da Do Elefante de Mateus Leme, Cleide Nilza Cândido, disse que após as várias denúncias sobre utilização do território geográfico Serra do Elefante e foi proposta uma Ação Civil Pública Ambiental com pedido de tutela de urgência. “A Associação, representantes da sociedade, e especialmente, o Ministério Público, através dos Promotores de Justiça, Dr. Rodrigo Otávio Mazieiro Wanis da 1ª Promotoria de Justiça de Mateus Leme e Dr. Lucas Pardini Gonçalves da Coordenadoria, propuseram esta ação, em face ao Município de Mateus Leme, para requerer o cumprimento de várias obrigações legais, dentre elas, “a efetivação da implementação da Unidade de Conservação e suspensão das intervenções nas áreas do Monumento Natural Serra do Elefante de Mateus Leme. Segundo Cleide, o pedido é também para que não se faça licenciamento de nenhum empreendimento que pretenda se instalar da área do Monumento Natural Serra do Elefante ou na Zona de amortecimento…”
Uma vitória
“Depois de tantos anos, de tantas lutas, de tantos desmandos, omissões e arranjos políticos que tentaram descredenciar nossos trabalhos, a ação do MP representa para a AASE o acolhimento de todos as denúncias e reivindicações feitas em todo esse tempo. Sempre estivemos no caminho certo. Infelizmente foi preciso uma ação civil pública, mas nós temos a consciência tranquila que, indiferente das características políticas das três últimas administrações, em todas, estivemos presentes demonstrando as necessidades e propondo parcerias para uma gestão compartilhada da Unidade de Conservação Monumento Natural Serra do Elefante”.
Cleide destaca que durante muito tempo houve articulações junto ao Município, órgãos setoriais e até junto ao Estado, para tentar de forma amigável e legal uma solução para os problemas da Serra do Elefante. Afirmou ainda que a atuação da Associação sempre foi apartidária e nunca houve distinção desta ou daquela administração. “Esperamos e desejamos que a justiça acolha o requerimento do Ministério Público e que o Executivo Municipal, representado por quem quer que seja, faça o que tem que ser feito e cumpra a lei”, salientou.
“Nos colocamos a disposição para uma gestão compartilhada, onde possamos colocar todo nosso conhecimento, técnico ou não sobre a Serra do Elefante, a disposição para de fato fazermos a preservação deste espaço que é um patrimônio ambiental, social e cultural de todo cidadão mateuslemensse. Isso não é uma vaidade pessoal, mas o cumprimento de um dever estatutário”. Finalizou.