As redes sociais ficaram alvoroçadas esta semana após a veiculação de um vídeo do candidato a Deputado Estadual André Rocha (Patriota). Nele o candidato a uma cadeira na Assembleia critica o prefeito Adônis Pereira (Patriota), por ter exonerado a mãe, por apoiar sua candidatura.
“Covardia porque o atual prefeito demitiu minha mãe por apoiar o próprio filho. Porque o atual prefeito quer enfiar goela abaixo um tal de Dr. Geraldo, que é um colega de infância dele, que não tem nada a ver com Juatuba, e eu tenho. Covardia porque eu sempre apoiei o atual prefeito, votei nele, minha mãe foi candidata a vereadora por causa dele”, disse André revoltado.
A mãe de André ocupava o cargo de Secretária de Infraestrutura, desde 2019, quando foi iniciado o mandato suplementar de Adônis. Em fevereiro de 2021, Rosely Rocha deixou a pasta para assumir a Gerencia da Secretaria Cultura, mas foi exonerada no dia 1 de setembro. O Jornal de Juatuba e Mateus Leme entrou em contato com Rosely, mas ela preferiu não se manifestar a respeito da exoneração.
Desvalorização da “Prata da casa”
Adônis deixou claro seus apoios para 2022: para Deputado Federal, o chefe do executivo está em plena campanha para o deputado Fred Costa (Patriota), que disputa a reeleição.
Para estadual, o prefeito flutua entre dois candidatos, Dr. Geraldo Dias (Patriota), que é o candidato citado por André Rocha no vídeo, e Gustavo Mitre (PSB), que encaminhou diversos recursos ao município.
Fontes ligadas ao jornal de Juatuba e Mateus Leme afirmaram que o prefeito optou por apoiar discretamente Mitre, devido à fidelidade partidária.
Práticas antigas assombram Juatuba
O que mais se tem comentado nas redes é o retorno da figura do coronelismo em Juatuba, que era muito comum durante os anos iniciais da República, principalmente nas cidades do interior. O coronel era um grande fazendeiro que utilizava seu poder econômico para garantir a eleição dos candidatos que apoiava. Era usado o voto de cabresto, onde o coronel obrigava e usava até mesmo a violência para que os eleitores de seu “curral eleitoral” votassem nos candidatos apoiados por ele.
Como o voto era aberto, os eleitores eram pressionados e fiscalizados por capangas do coronel, para que votassem nos candidatos por ele indicados. O coronel também utilizava outros recursos para conseguir seus objetivos políticos, tais como compra de voto, votos fantasmas, troca de favores, fraudes eleitorais e violência.
No sistema político e eleitoral brasileiro, nos dias atuais, é mais difícil controlar o voto das pessoas, mas há novos mecanismos de pressão que são usados como, por exemplo, anotar as seções em que os eleitores de uma determinada família ou localidade votam, para depois conferir se a votação do candidato correspondeu ao que se esperava dos eleitores, que em troca recebem dinheiro, lotes e cesta básica. Embora não seja possível se determinar “quem” votou em “quem” por este método, ele é eficaz entre a população mais pobre como instrumento de pressão psicológica.
Contra compra de votos
Este já é o segundo caso que chama a atenção durante as eleições em Juatuba. Na última semana, o Jornal de Juatuba e Mateus Leme trouxe uma reportagem mostrando um movimento de mais de 500 pessoas contra a compra de votos no município. O “Estufa os zói” tem o objetivo de auxiliar nas denúncias e também conscientizar os juatubenses a não venderem ou trocarem seu voto por cesta básica durante as eleições.
Vale lembrar que a doação, o oferecimento, a promessa ou a entrega, pelo candidato ao eleitor, com o fim de obter voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública, desde o registro da candidatura até o dia da eleição, constitui crime que prevê multa de mil a 50 mil Ufirs, e cassação do registro ou do diploma.