Juatuba e Mateus Leme, como as demais cidades brasileiras, estão vivendo um momento de grandes complicações por causa do aumento de casos de contaminação da Covid-19. A pandemia que está completando um ano, afetou comércio, indústrias, cultura e saúde e, especialmente, a vida das pessoas. Lojas de portas fechadas, empresas fechando e novos hábitos sendo incorporados no dia a dia das pessoas, como o uso de máscara e do álcool em gel para higienização. Beijos e abraços foram trocados por chamadas de vídeo. Pegar ônibus, se deslocar para o trabalho, foi substituído pelo home office. Em entrevista ao Jornal de Juatuba e Mateus Leme, o médico infectologista, Unaí Tupinambás explica que “só teremos melhora nos parâmetros de internação e óbitos quando vacinarmos até 60 a 80% da população vulnerável.
Por isto é importante ampliar a vacinação o quanto antes para evitar que no nosso outono/ inverno a situação volte a piorar”, disse o médico. Unaí, que atua na Região Metropolitana de BH, ainda ressalta que com a perda de pessoas queridas, a pandemia é uma oportunidade de se ter uma sociedade melhor, que tenha mais empatia e ajuda ao próximo. “Espero que não voltemos ao normal pois antes não estava nada bom: racismo, homofobia, feminicídio, destruição da natureza, desigualdade social, injustiça, ditadura. Espero que consigamos construir outra sociedade sem estas mazelas. Até a vacinação de toda a população ainda teremos que manter uso de máscaras, evitar aglomerações. Acho que pelo menos até final deste ano”, conclui o infectologista.
Reinvenção da Cultura
Uma das áreas mais afetadas com a pandemia, foi a cultural. Sem aglomerações, o setor ficou longos meses parado e tenta se adaptar às novas determinações das autoridades sanitárias. O que deixou a população mateuslemense ainda mais desapontada foi que eventos como o carnaval, a famosa Cavalhada, festivais gastronômicos e a festa de Santo Antônio, não foram realizados no último ano e, pelo visto, não acontecerão em 2021. De acordo com Jairo Chaves, presidente Casa de Cultura Cássia Afonso de Almeida, há mais de um ano, as atividades estão suspensas, mas mesmo assim foi possível realizar alguns eventos remotamente, como aulas de flautas e o Festival de Inverno, que reuniu artistas do quilate de Sol Bueno, Arielle e Chico Oliveira, D’Fernandes, remotamente. “Durante todo este período ficou claro a importância da arte para a sociedade, razão pela qual inúmeros artistas tomaram a iniciativa de realizarem apresentações virtuais, pois o peso do distanciamento e do isolamento social se mostrou um fardo para todos, e estas apresentações proporcionam momentos de alegria e prazer. Nós, da Casa de Cássia, entendemos que a Cultura não se restringe apenas ao lazer, embora esta seja uma face importante, mas principalmente como instrumento de transformação e inclusão social, pois cremos que não se constrói uma sociedade justa, igualitária e pacífica sem educação e cultura”, explica Jairo. Outro ponto citado pelo presidente da Casa de Cultura, foi o grande impacto econômico que as restrições causaram em todos os que sobrevivem de atividades ligadas aos eventos culturais e artísticos. “Todos os setores estão sendo duramente atingidos; o comércio local, os ambulantes nas festas, os hotéis, enfim toda a sociedade fica impactada de forma muito negativa. Neste momento, ainda não conseguimos vislumbrar quanto tempo ainda demandará para voltarmos com a realização de eventos presenciais”, finaliza.
Desafios no Comércio
O setor que mais tem gerado polêmica durante a pandemia é o comércio. O abrir e fechar as lojas é tema recorrente de discussões. Com o baixo faturamento e muitos dias de portas fechadas, empresas não conseguem se manter e a única solução para alguns empresários tem sido fechar as portas definitivamente. A presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Juatuba, Nádya Amaral, ressalta que o balanço do comércio nesse primeiro ano de pandemia foi muito negativo. “A incerteza do dia seguinte é o que mais vem preocupando os comerciantes. Por não haver uma movimentação ativa e constante no comércio, as compras para o abastecimento das lojas, principalmente nas mudanças de estação, tornaram motivo de insegurança. Não se sabe se haverá clientes para a compra, se a loja se manterá aberta, se haverá recebimento suficiente para arcar com todas as despesas do mês e se haverá condições de manter os colaboradores. Ainda segundo Nádya, muitas pessoas perderam os empregos no início ou no decorrer da Pandemia e a maioria dos trabalhadores sentem o “medo de realizar compras que não sejam essenciais”, e depois serem demitidos e não conseguirem honrar os compromissos. “Isso diminui ainda mais o volume de compras no comércio, principalmente nas áreas de vestuário, calçados e acessórios”, destaca. A CDL de Juatuba vem instruindo lojistas, incentivando vendas pelo whatsapp, Instagram, Facebook, sites e o uso de delivery ou retirada no local. A entidade também disponibilizou suas redes sociais para divulgação de produtos e serviços dos associados, além de ofertar o serviço de Delivery totalmente gratuito para os lojistas.