Bairro Tiradentes continua reclamando de buracos, poeira e falta de água

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Na mesma semana em que se comemora o feriado nacional em homenagem à Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, os motivos de comemoração dos moradores do bairro de Mateus Leme que carrega o mesmo nome do mártir brasileiro não existem.

Já são várias edições do Jornal de Juatuba e Mateus Leme que a reportagem aborda a luta dos moradores por melhores condições de infraestrutura. As ruas de terra geram muita poeira e, no período de chuva, os buracos se transformam as vias em cenários abandonados. Esta semana, os moradores acionaram o jornal novamente e relataram que os problemas continuam os mesmos, principalmente a falta de iluminação e água encanada nas casas.

O bairro tem 42 anos e até hoje a distribuição de água é feita através de caminhões pipas, que levam cerca de três mil litros para a popilação, a cada 15 dias. O “Programa Água para Todos”, que tinha o objetivo beneficiar o bairro, foi paralisado pela nova gestão e os moradores não têm previsão de quando terão direito de ter água em suas casas. “Eu estive na Prefeitura e eles não têm um cronograma para nos mostrar, assim como a Copasa. Ninguém sabe falar quando a água chegará, como será feito, apenas que as obras serão realizadas até 2024/2025”, afirma o morador Hugo Faustino.

Outro problema do bairro Tiradentes é a falta de iluminação das ruas. “As vias são muito escuras e depois das 19h as pessoas ficam sujeitas a assaltos, acidentes, porque você não enxerga um palmo da sua mão na frente. A prefeitura começou a troca da iluminação na região central, mas deveria ter um olhar voltado para os bairros mais isolados, já que a região central tem policiamento frequente”, pontua.

A sensação de insegurança domina o sentimento dos moradores, que se dizem amedrontados de transitar pelo bairro, principalmente à noite. “Desde que estou morando aqui nunca vi passar uma viatura da Polícia; enquanto isso, as pessoas estão vendendo drogas”, desabafa Hugo.

Os moradores relatam que as ruas de terra estão com muitos buracos e, com o tempo seco, a poeira é uma grande dificuldade. “As pessoas sofrem com a poeira e para ir a um posto de saúde procurar ajuda médica, precisam andar cinco km”, diz um morador que não quis ser identificado. Os entulhos e matos espalhados em lotes vagos e terrenos abandonados também são problemas no bairro e o medo da população é a proliferação de animais que causam doenças.

Nada mudou

Na administração de Júlio Fares, foram interpeladas pelo município sete ações contra construtoras e imobiliárias responsáveis pelo loteamento de 25 bairros da cidade sem infraestrutura. Dentre elas estão os bairros Atalaia, Tiradentes, Coqueiral, Jardim Serra Azul, Estrela do Sul e Santa Cruz.

Na época, a Prefeitura abriu processo administrativo contra as empresas, que foram convocadas a negociar os débitos e regularizar a situação das obras necessárias em cada bairro. Diante do não comparecimento e negativa das construtoras em negociar, de acordo com o prazo de cada processo, foram ajuizadas as ações. O juiz Eudas Botelho, da 2ª Vara Cível, Criminal e de Execuções Penais de Mateus Leme, emitiu liminares favoráveis à Prefeitura de Mateus Leme no caso das ações contra empreendedores de loteamentos na cidade. Mas com a mudança na administração a luta pelas melhorias nos bairros perderam forca, já que segundo alguns moradores “existe a questão do ego, e da falta de vontade do prefeito atual nas cobranças. Isso em decorrência da iniciativa ter partido do prefeito anterior”, pontuou outro morador.

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