O Brasil enfrentou o maior número de queimadas em 2024. Até setembro, o Brasil registrou 180.137 focos de incêndio, um aumento de 108% em relação ao mesmo período do ano passado. Em Minas Gerais, foram 24 mil ocorrências até setembro. A preocupação com a tragédia que tomou conta do país foi ainda mais intensa em Mateus Leme que abriga um santuário ecológico com espécies ameaçadas de extinção. Para ajudar a conter o avanço das queimadas, o grupo de voluntários que compõem a Brigada 1 Mateus Leme teve um trabalho relevante para preservar o patrimônio ambiental da Serra do Elefante e áreas vizinhas. Em 2024, atuaram no combate a 22 incêndios, sendo quatro desses incidentes, em áreas de Zona de Amortecimento da Serra do Elefante – regiões protegidas por embargos do Ministério Público.
Fundada oficialmente em 2013, a Brigada 1, também conhecida como B1, mantém raízes mais antigas, desde 2004, quando alguns de seus atuais voluntários atuavam pela Brigada de Incêndios Serra do Elefante (BISE). A equipe reúne hoje 50 brigadistas voluntários, pessoas comuns que exercem diversas profissões, que recebem treinamento da entidade para combater incêndios florestais. Segundo a organização, cada ação pode destacar até 20 voluntários em campo para combater os focos de incêndio.
Educação ambiental
Além do combate direto ao fogo, a Brigada 1 promove educação ambiental, com o objetivo de conscientizar a população e prevenir novos incêndios. Este ano, a B1, em parceria com a Associação dos Amigos da Serra do Elefante (AASE), levou para as escolas uma série de atividades educativas coordenadas por Marco Aurélio de Alcântara Santos, líder do núcleo de Mateus Leme. Com visitas a instituições de ensino em Mateus Leme e Juatuba, incluindo as escolas municipais Regina Célia de Oliveira Costa, Doutor Júlio Rodrigues Plácido, Maria Renilda Ferreira e Maria Luzia de Andrade, os voluntários buscaram sensibilizar crianças e adolescentes sobre a importância de proteger o meio ambiente e os riscos das queimadas. “Os incêndios florestais afetam diretamente a vida de todos nós e da fauna e flora locais. Educando as novas gerações, estamos construindo uma rede de defesa ambiental para o futuro”, destaca o coordenador da Brigada 1 de Mateus Leme, Marco Aurélio Santos.
Desafios
A frase “A Serra não pegou fogo” tem sido um símbolo de resiliência desses heróis anônimos que enfrentam desafios que vão além do fogo. A equipe trabalha com recursos limitados, contando basicamente com a dedicação voluntária de seus integrantes, e não recebem apoio financeiro contínuo de entidades, sejam elas públicas ou privadas. “Embora saibamos da relevância de nosso trabalho, temos dificuldades para arcar com despesas básicas, o que limita as nossas atividades”, revela um dos brigadistas.
Além das ações de combate, os custos incluem a manutenção de equipamentos, transporte, e despesas com formação contínua dos brigadistas. “Para manter nossa atuação, precisamos de uma estrutura básica que inclua desde equipamentos de proteção até o transporte dos brigadistas para áreas de risco. Sem apoio, temos dificuldades para garantir esses elementos, essenciais para a segurança e eficácia do nosso trabalho”, explica Marco Aurélio.
Como Apoiar a Brigada 1 Mateus Leme
Diante disso, é necessário uma mobilização de recursos e o apoio da comunidade para que a B1 continue atuando e expandindo suas ações e protegendo um dos maiores patrimônios de Mateus Leme que é a Serra do Elefante.
Aqueles que se interessarem em apoiar a Brigada 1, seja por meio de doações, voluntariado ou outros tipos de parcerias, podem entrar em contato pelo e-mail mateusleme@brigada1.org.br ou pelo celular (31) 99775-5287