O projeto de Lei que cria o Monumento Natural da Serra do Elefante, de autoria da vereadora Irene Maria Oliveira, foi aprovado esta semana e vai de encontro à demanda de entidades civis da região que, há anos, lutam pela criação de leis que garantam a conservação do maior patrimônio do município.
O projeto visa à criação de uma área de proteção especial para a Serra do Elefante e, segundo o parecer das comissões que analisaram a viabilidade e a legalidade da proposta, a iniciativa vai garantir a preservação ambiental da serra, assegurando a integridade de sua fauna, flora e geografia. Além disso, o monumento natural proporcionará maior visibilidade e cuidado com o local, que já é considerado um dos principais cartões postais do município.
Avanço na preservação
A notícia agradou os moradores que lutam pela criação da Unidade de Preservação da Serra Elefante. “Essa aprovação representa um avanço muito grande e é garantia de efetivação de todo um trabalho iniciado em 2008 com a publicação do decreto. Nós agradecemos especialmente à vereadora Irene por abraçar o desejo da AASE e de todos aqueles que desejam a conservação da Serra do Elefante”, disse Cleide Cândido, ativista e ex-presidente da Associação de Amigos da Serra do Elefante.
Com 29,4 hectares de área e altitude máxima de 1298 metros, a Serra do Elefante tem grande potencial turístico e é conhecida pela prática de vôo livre.
Nos últimos anos, o monumento foi temas de discussões pelo entrave entre ambientalistas e construtoras, devido à falta de legislação para delimitar empreendimentos imobiliários na região. Além das belas trilhas, mirantes, nascentes e cachoeiras, a região possui uma diversificada flora e fauna, inclusive, com espécies em extinção.
Tombada como bem cultural e paisagístico, a Serra do Elefante abriga espécies em extinção, como o faveiro-de-Wilson, o lobo-guará, o tatu-canastra e o tico-tico-de-máscara-negra. De acordo com o projeto Passarinhar, que desenvolve trabalho de catalogação de aves na região, são cerca de 250 aves no entorno, incluindo as mais comuns, raras, ameaçadas e típicas do cerrado e mata atlântica. Dentre elas, destacam-se espécies ameaçadas, como o barbudo-rajado e a cigarra-do-campo.
A expectativa dos ambientalistas é que, após a sanção do Executivo o município, comece a implementar políticas de proteção e manejo da área.
Em entrevista ao Jornal na edição da semana passada, o prefeito de Mateus Leme, Dr. Renilton Coelho, já havia se manifestado sobre a pauta, destacando a importância de preservar o monumento natural. “Durante muitos anos, foi feito uma política amadora de preservação e é necessário transformá-la realmente em uma unidade de conservação ambiental de forma que tenhamos, inclusive, recursos para mantê-la”, explicou o prefeito.