Catadores temem perder trabalho e sustento com aterro de lixão em Mateus Leme

Populares denunciaram retirada de catadores de Azurita; Comissão da Câmara começou a investigar intervenções no local

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Os cerca de 60 catadores que vivem da coleta e reciclagem do lixo que chega diariamente ao depósito do Distrito de Azurita, em Mateus Leme, temem ficar sem a principal fonte de renda com o aterro do local iniciado na semana passada.

A denúncia que chegou à reportagem informa sobre a retirada dos catadores do local à força, já que chegaram maquinários e começaram a revirar o lixo, aterrando os materiais e colocando a segurança de quem trabalhava no local em risco.

Conforme relatos de catadores de lixo e recicláveis, “existe uma empresa que vai cuidar do lixo na cidade e que determinada ação indiscriminada e sem ordenamento retiraria instantaneamente o sustento de diversas famílias que vivem da separação dos materiais”. Nas redes sociais, diversos catadores relataram que não foi oferecida qualquer possibilidade da criação de uma cooperativa e tampouco de acolhimento e integração dos catadores por parte da prefeitura.

O assunto foi discutido na reunião da Câmara desta semana. A Comissão de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico, Cultural, Científico e do Meio Ambiente, composta pelos vereadores Guilherme do Depósito, Irene de Oliveira e Wellington Batata, encaminhou um requerimento solicitando explicações acerca das intervenções no lixão de Azurita.

O documento que foi aprovado por unanimidade, questiona qual o nome da empresa, bem como solicita seu contrato social e quem é o gerente administrador da usina que realizará o beneficiamento do lixo. Os vereadores cobram também respostas a acerca da localização da sede da empresa, além de documento de propriedade do imóvel. Foi questionado ainda quem seria o responsável pela liberação de alvará da empresa e as respectivas autorizações da pasta de Meio Ambiente do município.

Os vereadores querem saber quantas pessoas trabalham no lixão de Azurita e se existe algum planejamento da prefeitura para amparar essas pessoas. Por fim, os parlamentares cobram também um documento celebrado entre o município e a ASCALEME, envolvendo catadores e maquinários. O prefeito tem o prazo de 15 dias para responder aos vereadores.