Reduzir o tempo de resposta para ocorrências com queimadas, garantindo o rápido restabelecimento do sistema elétrico. Com esse objetivo, o setor de Meteorologia da Cemig desenvolveu um sistema que monitora, via satélite, focos de calor a uma distância de até 1,5 km das Linhas de Distribuição e de Transmissão da companhia.
A importância da integração entre o setor de Meteorologia da Cemig e os Centros de Operação da Distribuição (COD) e do Sistema (COS) vai além dos alertas relacionados às queimadas. A Cemig possui uma equipe de meteorologistas para monitoramento em tempo real das condições climáticas da sua área de concessão, que abrange 774 municípios mineiros.
Dessa forma, os profissionais produzem boletins, avisos e alertas meteorológicos que são enviados aos Centros, que conseguem tomar ações focadas na região, como por exemplo, mobilizar as equipes – com uma antecipação de até quatro horas – para regiões que serão mais impactadas.
No ano de maior impacto por causa das queimadas para o setor elétrico da Cemig, o Geopat (Sistema de Monitoramento Meteorológico da Alta Tensão) contribuiu para minimizar os prejuízos devido aos focos de incêndio na rede elétrica, e está sendo usado para garantir o fornecimento de energia para os mais de 9 milhões de clientes da companhia. De com a empresa, a utilização da nova funcionalidade possibilita reduzir o tempo de interrupção relacionadas a focos de incêndio dos clientes ou até mesmo, evitar os desligamentos.
Inspeção via satélite
De acordo com o meteorologista da Cemig, Arthur Chaves, o sistema de monitoramento recebe informações de uma rede de satélites orbitais, que mapeiam, por meio de sensores térmicos, os focos de calor no território mineiro. Assim, o setor de Meteorologia da empresa cruza esses dados com as coordenadas georreferenciadas das Linhas de Distribuição e de Transmissão de energia de alta tensão.
Segundo o engenheiro do Centro de Operações da Cemig, Felipe Mendonça Ildefonso, “por meio desse monitoramento, o COD recebe um alerta de queimada próxima às nossas linhas de distribuição e então aciona as equipes em campo para realizarem uma inspeção no local e, caso necessário, realizarem o atendimento preventivo, com o objetivo de evitar algum desligamento”, afirma.
“Quando a equipe chega no local indicado pelo satélite e encontra uma queimada em andamento, que causou ou pode causar algum dano às nossas torres de alta tensão, ela informa ao COD para que sejam iniciados os procedimentos para analisar a possibilidade de transferir os clientes conectados àquele sistema para outro circuito. Dessa forma, a Cemig evita a interrupção de energia, e as equipes em campo podem realizar a manutenção”, completa.
Com os alertas, o COD da Cemig consegue acompanhar, por meio do sistema de monitoramento climático, a situação das queimadas próximas ao sistema elétrico de alta tensão em tempo real e atuar de forma preventiva, quando possível.
“Toda a sociedade é penalizada com as queimadas. Cidades inteiras podem ter interrupções no serviço, o que pode impactar hospitais, serviços de abastecimento de água, bancos, centros comerciais, indústrias e comércios. Por isso, a Cemig investe para que possa reduzir os impactos desse tipo de ocorrência em sua área de atuação”, salienta Felipe Ildefonso.
Utilizado também no sistema de transmissão, o sistema auxilia o COS – Centro de Operação do Sistema na avaliação dos desligamentos das linhas de extra alta tensão, tornando o processo de restabelecimento do fluxo de energia mais seguro e ágil.
Alerta traz agilidade no restabelecimento do serviço à população
No dia 30 de agosto, o Geopat emitiu um alerta para o COD da Cemig sobre duas torres da Linha de Distribuição Alfenas 1 – Areado 2 69kV, no Sul de Minas. Imediatamente, foram acionadas equipes de campo, que chegaram ao local e constataram que uma das torres havia sido danificada por uma queimada, o que prejudicou o fornecimento de energia para mais de 18 mil clientes.
Para restabelecer a energia o mais breve possível para os clientes, foram mobilizados diversos recursos emergenciais da Cemig, como geradores móveis. Dessa forma, as equipes de campo trabalharam ininterruptamente, durante toda a madrugada para realizar a substituição da torre danificada e a recomposição da rede.
“O alerta do Geopat foi muito importante para que a equipe chegasse ao ponto exato da torre danificada, reduzindo o tempo de inspeção na região para a identificação do defeito. Assim, foi possível tomar a decisão de enviar geradores para que a maior parte dos clientes fosse restabelecida rapidamente, enquanto a manutenção da estrutura acontecia”, explica o engenheiro do COD.
Com esses alertas, o COD aciona as equipes de campo para inspeção e ao chegar nos pontos indicados, os colaboradores tem mais facilidades para identificar o impacto da queimada na rede da companhia. Neste caso, as equipes conseguem atuar proativamente e atenuar o dano ao sistema, evitando assim o desligamento aos clientes daquele sistema.