Cerca de sete mil dos 12 mil juatubenses cadastrados estão recebendo o Programa de Transferência de Renda da Fundação Getúlio Vargas, entidade responsável pelo cadastro para o programa de reparação de prejuízos em decorrência do desastre de Brumadinho. Esta semana, os outros cinco mil juatubenses que fizeram o cadastro e não foram incluídos no programa realizaram manifestação pacífica em frente ao escritório da FGV, no bairro Citrolândia, em Betim. Os protestos contaram com a presença de lideranças atingidas da Região 2 e do Movimento dos Atingidos por Barragens.
O objetivo da manifestação foi cobrar da Fundação Getúlio Vargas respostas sobre o Programa de Transferência de Renda, sobretudo no que diz respeito às análises da documentação das pessoas que se cadastraram ou recadastraram para a inclusão no programa, e critérios territoriais e aprovação das poligonais da Região 2 para o recebimento.
De acordo com alguns atingidos de Juatuba, quando o programa foi implantado pela Vale, em meados de 2019, diversas pessoas recebiam o benefício, contudo, após a FGV assumir a responsabilidade do cadastro, muita gente teve o programa de transferência de renda bloqueado. Outro relato é que existem atualmente diversos atingidos com o cadastro em análise há mais de um ano, sem ao menos receber retorno sobre a possibilidade de recebimento do benefício.
O integrante da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens, Jefferson Macena, relata que as famílias precisam dos recursos para garantir a alimentação. “Fizemos uma reunião em novembro do ano passado e levantamos uma lista de pessoas atingidas, apontando o nome, endereço e a situação das famílias, se elas foram bloqueadas, se o programa foi negado, para entregar a FGV”.
Outro lado
Marcela Galvani, coordenadora adjunta de relacionamento do PTR disse que o encontro foi uma oportunidade para ouvir as pessoas atingidas. “Recebemos a listagem encaminhada via Defensoria Pública de Minas Gerais. Dos 139 nomes contidos na lista, de três municípios, sendo Juatuba, São Joaquim de Bicas e Curvelo, 26 pessoas estavam com problemas de exigência documental, faltando algum comprovante de residência ou identidade”.