Todo ano, os moradores da Rua Gabriela, do Residencial Ilhéus, em Juatuba, reclamam dos problemas causados pelas chuvas e, na maioria das vezes não são ouvidos pela prefeitura. Porém, quando a Secretaria de Obras decide agir e fazer os reparos na via, os serviços são mal feitos e não resistem às primeiras chuvas. E com a rua Gabriela em condições percárias, os carros que não sobem nem descem, e até mesmo pedestres enfrentam dificuldades para transitar.
“Para resolver o problema da lama que toma conta da rua durante a época de chuva, a prefeitura aplica uma pequena camada de asfalto que não dura sequer uma semana. “Eles utilizam materiais de baixa qualidade, que não resistem ao período chuvoso. Reclamamos todo ano e o problema nunca é resolvido”, diz um morador.
Não é apenas a Rua Gabriela que está em péssimas condições no Residencial Ilhéus. Várias outras vias não têm pavimentação e neste período chuvoso, a situação se agrava, afetando até mesmo o transporte público, já que os ônibus ficam impossibilitados de circular pelas ruas que não são pavimentadas”, conta.
Dinheiro jogado fora
Vários moradores usaram as redes sociais esta semana para questionar sobre o desperdício do dinheiro público com serviços paliativos e de péssima qualidade feitos pela prefeitura. Segundo eles, as intervenções precisam ser refeitas anualmente e geram custos que poderiam ser aplicados em soluções definitivas dos problemas.
Morador do bairro, o laboratorista de solos, Alexandre Braga explica que para resolver de forma definitiva a questão dos alagamentos e danos provocados pelas chuvas, a prefeitura precisa fazer nova terraplenagem, abrir bocas de lobo, sarjetas laterais e sistemas de drenagem, além da pavimentação adequada para escoamento das águas pluviais.
“É necessário que a prefeitura faça um retrabalho de fundo de aterro, além da compactação do solo, para depois aplicar a camada que irá preparar a via para receber a pavimentação”, diz. O que a prefeitura tem feito é somente a aplicação de uma única camada, com silte, que é um dos materiais de menor qualidade que existe para esta finalidade. Ele possui pouco percentual de argila e por isso não permite uma boa compactação. E como tem densidade baixa e alto teor de expansão quando tem contato com água, assim que a enxurrada vem, leva tudo e causa erosões. É dinheiro jogado fora e o povo sofrendo os mesmos problemas, ano após ano”, lamenta.