Chuvas colocam Juatuba e Mateus Leme em alerta por risco de tempestades

Prefeitos dos municípios ainda não apresentaram à comunidade um plano de contingência contra desastres

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As chuvas voltaram na última semana e vieram para ficar. Cerca de 535 cidades mineiras estão em alerta para chuvas fortes com granizo desde a última terça-feira. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, a previsão é de chuvas de até 100 milímetros.

Ainda de acordo com o Instituto, a tendência é que a Região Metropolitana fique com o tempo nublado, sujeito a pancadas de chuva por pelo menos 10 dias, com tendência na queda da temperatura.

Quem passou pela rodovia Fernão Dias, na tarde desta segunda-feira (3), foi surpreendido pelo gelo na pista, causado por uma chuva de granizo, que ocorreu na altura do Km 800, na cidade de São Gonçalo do Sapucaí.

Diversos vídeos mostrando a Fernão Dias cheia de gelo na pista assustou os moradores da região. Mas o que realmente preocupa os mateus-lemenses e juatubenses são as consequências das chuvas, já que até o momento, os prefeitos não a apresentaram à comunidade um plano de contingência contra desastres.

Enxurrada dentro de casa

A chuva desta semana, apesar de fraca para quem viveu as tempestades do início do ano, já fizeram estragos: na Rua Nova Serrana, no Distrito de Francelinos, duas casas foram atingidas pela enxurrada. Em uma delas, a água e o barro invadiram a cozinha, mas o imóvel não sofreu danos estruturais, e a família não precisou ser desalojada.

O morador Adão Carlos encaminhou à reportagem imagens mostrando a situação de sua casa durante as chuvas do final de semana. Segundo ele, o fato está ocorrendo porque a prefeitura passou a máquina na rua de cima da residência e não deixou passagem correta para o escoamento da água. “A enxurrada e o barro que corre pelos lotes acabam entrando em minha casa por causa de um serviço porco e mal feito”, disse.

O morador encaminhou também à reportagem imagens mostrando tubulações e bueiros entupidos na mesma rua, que segundo ele, não recebem “intervenções da prefeitura há muitos anos”. “A prefeitura também colocou uma manilha em um lote, que está entupida. Com as chuvas, o muro da vizinha acabou desabando, e eu só estou tomando prejuízo”, revela.

Passarela ainda sem solução

Alvo de diversas reclamações, o reparo da estrutura de metal que desabou na MG-050 em Juatuba é aguardado com ansiedade pelos vizinhos da via. De acordo com populares, o local está danificado desde o início do ano, quando começou a ceder por causa dos temporais que, na época, atingiram Minas. O tema foi criticado e debatido na Câmara pelos vereadores por diversas vezes e inclusive foi tema de disputas políticas, mas até o momento a estrutura não foi reformada pela Nascentes das Gerais.

Desassoreamento não terminou

No final de setembro, o Ribeirão Serra Azul começou a ser desassoreado com remoção de resíduos e sedimentos acumulados no fundo do rio, para melhoria do escoamento e minimizar as inundações decorrentes do transbordamento. No entanto, a limpeza que está sendo realizada pela iniciativa privada, por meio de convênio de cooperação entre o município e outras empresas da região, não terminou. O medo da comunidade ribeirinha é que as tempestades previstas possam trazer de volta o cenário do mês de janeiro, onde um transbordamento do ribeirão fez com que a água chegasse a 1,40 de altura nas residências. Diversas pessoas perderam móveis, eletrodomésticos e tiveram suas casas destruídas.

Ponte em obras na Vila do Raul

Em Mateus Leme, as obras da ponte que foi arrastada pela correnteza após as chuvas de janeiro, na Vila do Raul em Azurita, já começaram. Mas segundo os moradores, a passagem provisória, está com as tubulações entupidas. “Se vier chuva forte, o que está sendo feito será arrastado e ficaremos ilhados novamente”, disse uma das moradoras da região. As críticas principais são com relação à “morosidade para o início das obras e o possível desperdício de recursos públicos”.

Ribeirão Mateus Leme não foi desassoreado

No início do ano, o volume de água foi tão grande que ocasionou o transbordamento do Ribeirão Mateus Leme.  Na época, o local mais atingido foi o Haras Estância do Moinho, que teve inúmeros prejuízos. De acordo com o proprietário do local, a prefeitura foi procurada diversas vezes, e através de protocolos na ouvidoria foi solicitada a limpeza e o desassoreamento do ribeirão, no entanto, até o momento, a administração sequer apresentou uma proposta para a solução do problema.

Outro problema na região é o deslizamento de encostas, já que vários locais apresentam erosões. Em janeiro, a rua principal de acesso ao Haras, que fica próximo ao Campo do Guarani cedeu e o medo é que com as próximas chuvas, a situação fique mais crítica, impedindo o acesso ao local e ilhando os trabalhadores.

Cemig reforça cuidados com a eletricidade durante período chuvoso

O Brasil é o país com maior incidência de raios no mundo com 80 milhões de descargas atmosféricas por ano em todo território nacional. Nos últimos dias, com o início do período chuvoso, diversas regiões de Minas Gerais têm sofrido com as tempestades acompanhadas de ventos fortes e raios. Desta forma, a Cemig alerta sobre os cuidados que se deve ter durante o período de chuvas, que começou agora e vai até o mês de março.

O gerente de Saúde e Segurança do Trabalho da Cemig, João José Magalhães Soares, destaca que durante as tempestades com raios as pessoas devem procurar abrigo imediatamente. “Caso a pessoa esteja na rua, ela deve procurar um local seguro, como um estabelecimento comercial. O mesmo vale para regiões rurais. Além disso, é importante não ficar debaixo de árvores ou de postes, que podem atrair a descarga atmosférica e, consequentemente, eletrocutar quem esteja próximo. O raio provoca queimaduras gravíssimas e pode provocar parada cardiorrespiratória, que pode levar a pessoa à morte”, explica.

João ressalta que outro cuidado a ser observado é retirar os equipamentos das tomadas durante as tempestades. Isso porque, mesmo com a proteções da rede elétrica, um raio pode atingir o circuito na rua ou cair próximo à residência e induzir uma sobretensão acima do suportado pelos aparelhos, causando danos materiais e até risco de incêndios e choque elétrico.

Ventanias

Outra situação que é muito comum é o destelhamento provocado por ventos fortes que acompanham as tempestades. Nestes casos, é comum acidentes envolvendo coberturas de terraços que desprendem das residências e se chocam com a rede elétrica. Além do transtorno de falta de energia, essa ocorrência pode causar acidentes graves.

Fios partidos

Outro possível cenário de acidente é quando o fio elétrico se rompe e cai sobre a via, um telhado ou um veículo. Nesse tipo de situação, o mais importante é que as pessoas não se aproximem ou toquem no cabeamento e, se possível, não permitam que outras pessoas se aproximem também.

Nos casos envolvendo veículos, os ocupantes devem permanecer dentro do carro até a chegada da Cemig para que o circuito elétrico seja devidamente isolado e aterrado, para garantir o resgate com segurança. 

Árvores ou galhos de árvores quebrados

Em função dos fortes ventos também é possível que galhos de árvores se quebrem e arrebentem a fiação da rede elétrica. Nestes casos nunca tente retirar os galhos de árvores de passeios ou ruas e chame o corpo de bombeiros imediatamente.

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