CRIME AMBIENTAL: lixões a céu aberto se multiplicam em várias regiões de Juatuba

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Juatuba enfrenta há anos um problema ambiental que se arrasta de gestão em gestão, sem que haja uma solução: os lixões a céu aberto. Entra prefeito e sai prefeito, o problema continua sem uma política eficaz para o gerenciamento de resíduos sólidos. Com o aumento da população e a expansão urbana, a cidade, que gera em torno de 16 toneladas de lixo por dia, enfrenta dificuldades para garantir o descarte correto de resíduos, mesmo com um acordo de cooperação que destina parte dos dejetos para o aterro sanitário de Betim.

Lixões estão espalhados


Apesar deste acordo de destinação dos resíduos, a realidade vivida pelos moradores de Juatuba não é fácil. Diversos bairros, como Itajubá, Ilhéus, Braúnas e Villa Vern, estão sendo transformados em verdadeiros lixões a céu aberto. Em locais conhecidos há algum tempo como pontos turísticos, como a região das Veredas da Serra, o que se vê é lixo acumulado, descarte irregular e queimadas frequentes, agravando o problema e colocando em risco a saúde e a segurança dos cidadãos.
A auxiliar de Recursos Humanos, Maria Helena da Silva, que sempre compartilha essas denúncias nas redes sociais, descreve o drama dos moradores.  “O lixo fica queimando dia e noite. O cheiro é insuportável e o ar fica cheio de fumaça. O pior é que há muita gente morando perto desses lixões, convivendo com isso todos os dias”, lamenta.

A falta de fiscalização é uma das principais queixas da população. “Em outras cidades, a vigilância sanitária logo aparece para resolver. Aqui, parece que estamos esquecidos”, critica Maria Helena.

Além de prejudicar o meio ambiente, os lixões comprometem diretamente a saúde da população. “Sem saneamento, sem infraestrutura e com lixões por toda parte, a saúde da população está deteriorada”, acrescenta a moradora.

Descarte irregular e explosão de dengue

 
Com as constantes reclamações que chegam à nossa redação, o tema já foi abordado pela nossa reportagem diversas vezes. Somente neste ano, o sofrimento de quem convive com o mau cheiro e a exposição às doenças provocadas pelo descarte irregular já foram destaque em pelo menos quatro edições.

Em fevereiro, ouvimos os moradores do bairro Jardim do Lago, que enfrentam uma explosão de casos de dengue devido ao lixo que se acumula ao lado das casas. Mesmo mantendo os quintais limpos, eles não conseguem se livrar dos entulhos e resíduos que são despejados na região, atraindo pragas como ratos e escorpiões. “Eu já fui picado uma vez, e agora estou sempre atento, mas os escorpiões continuam aparecendo”, contou uma moradora.

Além disso, veículos são frequentemente vistos descartando resíduos no local, o que também afeta algumas nascentes. “Todos os dias vem caminhão de todos lugares, com todo tipo de material e despeja aqui”, diz outro morador.

Em março, foi a vez da comunidade do bairro Ilhéus compartilhar o drama que vive. Na Rua Alcobaça, a vizinhança tem de conviver com o lixo espalhado nas ruas e também com um enorme buraco que se transformou em local de descarte. Segundo uma moradora, a maior preocupação da comunidade são as doenças que estão se propagando. “Eu mesma fui vítima da dengue. Fiquei oito dias debilitada após ser picada por um mosquito e até hoje, sinto os efeitos”, lamentou.