Criada graças à união de jovens de várias favelas, principalmente negros, que buscavam espaços para se expressarem, a CUFA, Central Única das Favelas, tem se tornado ainda mais representativa neste período de pandemia, pelo trabalho de assistência à população em vulnerabilidade social e pobreza extrema.
A entidade promove atividades de educação, lazer, esportes, cultura e cidadania e é coordenada em Mateus Leme pelo casal Renan Vinícius Souza e Soraia Marques Caldeira. Atuando há dois anos no município, recentemente a CUFA distribuiu mais de cinco toneladas de alimentos na cidade, em Juatuba e em Itaúna.
Neste domingo (13), a CUFA faz mais uma ação com entrega de 200 marmitex prontas, biscoitos de chocolate, cookies e outros itens alimentícios para famílias de baixa renda de Mateus Leme. A ação será na rua Célio França, n º 127, na quadra do bairro Central e os organizadores ressaltam que todos os protocolos de segurança impostos pelo programa Minas Consciente serão seguidos.
Não tem favelas, mas há pessoas carentes
A CUFA nasceu em Mateus Leme após a chegada da pandemia, quando os coordenadores do projeto viram que a fome e o desemprego haviam aumentado. Solidários, Renan e Soraia não cruzaram os braços diante da situação de penúria de várias pessoas da cidade e de Juatuba. Fizeram contato com a direção Estadual da entidade para que as doações chegassem às famílias que necessitavam.
“A CUFA entende que favela é bem além de um aglomerado de casas com barracos desordenados. Não é uma questão estética, é uma condição social. Para a entidade basta ter um grupo de pessoas em desvantagem social, para considerarmos a existência de uma favela naquele território. Desta forma, entendemos que existem sim, várias favelas em Mateus Leme”, pontua Renan.
Outros projetos
Durante a pandemia, para amenizar as dificuldades que os moradores de comunidades vulneráveis enfrentam por conta do isolamento social, a instituição criou o “CUFA Contra o Vírus”, que arrecada doações de mantimentos e distribui em todo Brasil. Esta campanha é replicada nos Estados e municípios e, como o poder de arrecadação dos estados é maior, a CUFA Minas repassa donativos para que os municípios e respectivamente suas favelas, distribuam para quem está cadastrado.
No último mês, além do “CUFA Contra o Vírus”, a entidade promoveu o “Mães da Favela”, quando foram distribuídas cestas básicas, produtos de higiene, alimentos, máscaras, álcool em gel, leite, fraudas descartáveis e geriátricas. Outro projeto da Central Única das Favelas é o Alô Social que distribui chip de telefone com ligações gratuitas e pacote de dados para alunos de escola pública, além de cestas digitais em que a família ganha cartões ticket Alimentação ou VR para compra de itens de maior necessidade como gás de cozinha.
“O foco da CUFA Mateus Leme é manter as ações e os projetos realizados, além de contribuir não só com os moradores da cidade, mas também com cidadãos vulneráveis das cidades vizinhas, pois a fome não tem fronteira”, destaca Soraia.