Uma denúncia de omissão de socorro em unidades de Saúde e também na Policlínica de Juatuba mostrou o que a população enfrenta todos os dias: a falta de médicos e os problemas de Saúde pública na cidade. Uma reportagem veiculada esta semana em rede nacional de televisão, deixou claro a falta de profissionais na Policlínica, único local onde chegam pacientes que precisam de atendimento urgente e imediato.
Na reportagem, os moradores do Jardim Baviera denunciaram a falta de médico no Posto de Saúde do Braúnas, que atende aproximadamente 10 mil pessoas por mês. Segundo lideranças comunitárias e pacientes, a unidade de saúde está sem médico há quatro meses e para complicar a situação, o Posto de Saúde fecha as portas às 16h.
A presidente da Associação de Moradores da região, Arlete Rodrigues Caldeira, afirma que há um ano marcou uma consulta, mas ainda não foi atendida. “Quando chega o dia da consulta a gente vem e não tem médico”, revela.
Outra liderança contou à reportagem que o médico deixou a unidade de saúde em definitivo no mês de março. “Já fizemos abaixo assinado e entregamos na prefeitura, mas até hoje eles não contrataram um médico. São quatro meses de agonia e omissão”. Outros pacientes disseram que as últimas consultas com cardiologista foram feitas em 2021 e afirmaram que sequer conseguiram marcar consulta com neurocirurgião ou fisioterapeuta. A prefeitura não se manifestou acerca das denúncias.
“Não tem dipirona no Posto“
Outro caso encaminhado ao Jornal de Juatuba e Mateus Leme pelo jovem Lucas Philip, revela a falta de medicamentos na rede pública. Segundo Lucas, ele foi à policlínica no mês passado levar a avó de 72 anos que estava passando mal e o médico receitou alguns medicamentos. Porém, quando ele foi ao posto, os profissionais do local informaram que não havia nenhum remédio prescrito no estoque, inclusive dipirona. “Questionei quando os medicamentos chegariam e eles disseram não saber. Perguntei quanto tempo estava sem dipirona no posto e o atendente informou que havia mais de meses”, revela.
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“Sem lençol na Policlínica”
A cidadã Helena Maria da Silva, que relatou que seu neto foi vítima de negligência médica na Policlínica de Juatuba, na semana passada, retornou ao local esta semana. Segundo ela, após a reportagem, o neto conseguiu internar e está ainda em observação.
“Ele está internado desde domingo, e se tirar o menino do oxigênio, a saturação cai, mas ninguém sabe explicar o que ele tem. Eu procuro saber, mas ninguém fala nada”, diz indignada.
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Helena alega que teve que comprar um lençol para colocar na maca do hospital após certificar que o que seu neto estava deitado estaria machado com sangue. Ao solicitar à enfermeira, a senhora foi informada que “não tinha lençol disponível, pois o almoxarifado não estava mandando”. “Já estava há mais de 48h sem trocar o lençol, ele estava com sangue, vômito e muito sujo. Solicitei a troca, mas eles falaram que não tinha outra. O jeito foi comprar e colocar na maca”, conta.
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Proibido de entrar na Policlínica
Pelas redes sociais, um servidor que atuou na Policlínica, denunciou que depois de ajudar todos na unidade de saúde por dois anos e seis meses, foi proibido de entrar no local pela gerente. “O que eu tenho para falar é que tenho vergonha de trabalhar nessa gestão. Quando eu estava na Policlínica eu lutava e corria atrás de médicos e enfermeiras para agilizar e atender o mais rápido possível, e mesmo assim eu fui impedido de entrar lá depois que fui exonerado. Eu fico envergonhado em ter uma Secretaria de Saúde desse jeito, e muito menos uma gerência na Policlínica assim”, destacou Vinícius Henrique pelas redes sociais. Além da proibição de entrar em um local público e de Saúde, o jovem alega que ainda foi bloqueado no Instagram e no Facebook[L1] pela prefeitura de Juatuba