Detentos do presídio de Juatuba, escreveram uma carta à qual o Jornal de Juatuba e Mateus Leme teve acesso, cobrando melhores condições na unidade prisional. A denúncia vem também de familiares dos detentos e, segundo os denunciantes, as más condições em todas as unidades prisionais de Minas Gerais, têm levado ao adoecimento dos internos. Os familiares ainda afirmam que, por conta da falta de assistência médica, muitos presos têm até mesmo perdido a vida.
De acordo com a coordenadora da Associação de Amigos e Familiares da Pessoa em Privação de Liberdade, Maria Tereza dos Santos, todo o estado tem vivenciado um verdadeiro caos dentro do sistema prisional nunca antes visto. Muitos presos estão vindo a óbito por falta de atendimento médico e isso se dá pela falta de efetivo. Eles adoecem e acabam não recebendo assistência”, revela.
O adoecimento dos detentos é, para Maria Teresa, o reflexo de uma série de problemas vivenciados por quem está nas unidades, entre eles a má alimentação. “A comida do sistema é feita fora das unidades prisionais. O que era ruim ficou pior. Além de pouco alimento na marmita, a comida vem com barata, varejeira e sabor azedo. Um pouco das doenças é devido à falta de alimentação”, diz ela. “O que mais tem deixado as famílias em estado de alerta e pânico é a falta de alimentação e de atendimento médico, além da retirada de visita que, antes era de oito horas a cada 15 dias, e passou para quatro horas e somente com um visitante. Se a mãe visita, a esposa não pode e nem os filhos maiores de 18 anos”, denuncia.
Quem corrobora com a denúncia é a manicure Mariane Aguiar, de 26 anos. Há quase um ano o marido dela cumpre pena na penitenciária de Juatuba. “A comida é péssima. Azeda, arroz e feijão são servidos crus”. Ela também critica a falta de assistência médica. “Não tem atendimento médico. O preso grita e tem que suplicar e implorar para ter atendimento. É humilhante”, afirma.
