Discussão do Orçamento Participativo tem baixa adesão de juatubenses

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A prefeitura de Juatuba realizou na última quarta-feira (24) reunião para discutir com a comunidade as principais demandas e estabelecer as prioridades do orçamento público do biênio 2024-2025. No entanto, o evento, sediado no Centro Administrativo Municipal, surpreendeu pela baixa adesão dos populares.

Apesar da presença do prefeito, secretários municipais e até mesmo um representante estadual, o número de moradores foi significativamente abaixo do esperado. Relatos indicam que apenas cerca de 50 pessoas compareceram, sendo a maioria composta por servidores ligados à administração local.

Uma liderança comunitária, que preferiu manter o anonimato, levanta a hipótese de que a desconfiança da população em relação ao cumprimento das demandas pode ter contribuído para o baixo comparecimento. 

Além disso, causou estranheza na comunidade, a intensificação na promoção do evento. “Por que só nesse ano de eleição, a prefeitura fez tudo programado, com toda essa divulgação?” questiona. 

Ela conta que, em outras ocasiões, a reunião passou despercebida pela população. “Nos outros anos não houve campanha para convidar a população a participar. Acreditamos que isso está acontecendo porque é ano eleitoral”, conta. 

Em uma divulgação compartilhada nas redes sociais, um morador aponta que a reunião teve mais participantes ligados ao governo do que propriamente de munícipes. “Orçamento participativo só tem funcionários da prefeitura e, no máximo, 10 pessoas da população”, ironizou. 

Contudo, entre as poucas lideranças participantes estava Cláudio Lula, professor de Biologia e residente do bairro Boa Vista, que compartilhou com o Jornal de Juatuba e Mateus Leme, os principais pontos discutidos durante a reunião.

De acordo com o professor, o prefeito mencionou a realização de orçamentos participativos nos anos anteriores, nos quais as ruas a serem reparadas eram decididas por votação popular. “Ele contou que, em 2019 e 2020, foi o orçamento participativo pela prefeitura e a votação das ruas que deveriam ser reparadas.  Nesse ano, seria a mesma forma”, explica. 

De acordo com o professor, na reunião foi decidido que os participantes irão receber uma planilha para indicar as ruas que deverão receber melhorias.  Estas propostas serão então enviadas para as regionais, onde serão submetidas à votação em plenárias com os moradores. Cláudio ressalta a existência de quatro regionais envolvidas: a região central, do Boa Vista, Cidade Nova I e II, e Francelinos. As votações estão agendadas para iniciar na primeira semana de maio e serão realizadas de forma subsequente em cada regional. 

Para o professor, a ideia de um Orçamento Participativo é muito interessante, pois permite que a comunidade influencie diretamente nas decisões sobre os investimentos públicos. No entanto, ele reconhece que há uma desconfiança generalizada em relação à efetividade dessas diretrizes. “É muito interessante e esperamos que vá funcionar, mas a comunidade tem visto isso com desconfiança, pois o que mais ouvimos é  que nunca funcionou”, revela.