Parece se aproximar do fim a saga da sede da Escola Municipal Elza de Oliveira Saraiva, mas não da forma como alunos e profissionais da educação, que atuam na instituição, esperavam. O município abriu processo licitatório para reforma do prédio, que será agora transformado em um centro administrativo da prefeitura.
Essa possibilidade não veio de forma inesperada. Em julho de 2019, pouco depois de sua eleição, o prefeito Adônis Pereira deu entrevista ao JORNAL DE JUATUBA E MATEUS LEME e a situação da Escola Elza esteve entre os questionamentos da reportagem. Na ocasião, o chefe de executivo disse que a obra da escola foi iniciada em sua gestão em 2012 e finalizada por seu sucessor em 2013, e que era aguardada liberação do Ministério Público para que o prédio pudesse ser usado.
Adônis destacou que as despesas com aluguéis da prefeitura superam os R$ 80 mil mensais e que, por estar no centro da cidade, o local seria favorável para construção de um centro que abrigasse diversas secretarias e serviços. “Em relação às instalações da Escola Elza, o projeto de uma nova construção mais moderna está em andamento, o que propiciará mais conforto e segurança aos alunos e servidores. De fato, tirar os meninos da Câmara para levar a um local com menos condições, não está em cogitação”, afirmou o prefeito.
Entretanto, mesmo com o anúncio da reforma no prédio interditado, nada foi mencionado sobre os alunos da escola, que devem permanecer, ainda por tempo indeterminado, na escola improvisada no prédio da Câmara de Juatuba. A obra da escola, que já custou mais de R$ 1 milhão aos cofres públicos, gerará mais R$ 337.261,51 em despesas com as novas intervenções. A empresa contratada para executar o serviço é a Conesp Construções Ltda.
Relembre o caso
Desde 2012, a Escola Municipal Elza de Oliveira Saraiva funcionou em vários lugares, buscando um espaço apropriado para suas atividades. Dois meses após a inauguração da sede própria, o prédio foi interditado por falhas estruturais e risco de desabamento.
Na época, a Prefeitura chegou a gastar mais R$ 40 mil em reparos, na tentativa de conseguir voltar com a instituição para o local. No entanto, o Ministério Público de Minas Gerais recomendou a demolição do prédio.
Os anos foram passando, enquanto isso o município tentava negociar com a Justiça a não derrubada do imóvel. Conforme comunicado enviado à Câmara pela Prefeitura, em maio do ano passado, foi designado pelo MPMG que fosse realizada perícia judicial na edificação. Em dezembro, foi emitido parecer que atestou não haver necessidade de destruir o imóvel, sendo necessário apenas reparos.
Em fevereiro deste ano, outro perito foi designado para acompanhar a elaboração dos projetos de reparos e reforma da sede da escola. Em maio, a elaboração do plano foi concluída e, em junho, ele foi enviado para avaliação do Ministério Público.