Estudo aponta que riscos permanecem nas águas do Rio Paraopeba

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O rompimento da barragem de Brumadinho causou 270 mortes e liberou no ambiente 11,7 milhões de metros cúbicos de rejeitos. Parte desse volume alcançou o Rio Paraopeba, em Juatuba. Desde então, a captação direta no trecho mais poluído está proibida pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas.

Relatórios realizados em março pelo Igam, mostram que a água do Rio continua oferecendo riscos às pessoas e animais por apresentar altos índices de contaminação por manganês, alumínio, ferro e chumbo. “O Igam reforça que ainda se mantém a recomendação de não utilização da água bruta do Rio Paraopeba para qualquer fim, como medida preventiva, no trecho que abrange os municípios de Brumadinho até o limite de Retiro Baixo em Pompéu, a aproximadamente 250 km de distância do rompimento”, pontua nota. O leito continua impróprio para pesca e, inclusive, para o contato com a água.

Moradores ribeirinhos pedem socorro

Em meio à pandemia, com as autoridades sanitárias recomendando lavagem constante das mãos e objetos, a água para higiene e prevenção não está garantida para os moradores de Juatuba. “Como a gente se cuida sem água? Se não tem água para beber, quanto mais para fazer higiene pessoal e da casa! Isso é entregar as pessoas à doença e à morte. É desesperador”, avalia a moradora da região ribeirinha, Maria Santos.

Tem gente que está se virando e comprando galões de água mineral, mas, para muitos, o dinheiro é curto e insuficiente para bancar a água. “Um galão custa R$ 20. Imagina comprar quatro por semana? Não tenho dinheiro”, desabafa a auxiliar de limpeza que mora próximo ao Paraopeba, Lucilene Maria.

Já o agricultor Rogério Rezende Rodrigues, afirma que desde o rompimento da barragem não consegue captar água do Rio por causa da contaminação e que, por isso não pode manter a plantação de hortaliças, da qual dependia para viver.

“A minha situação está complicada demais; eu cultivava hortaliças e revendia. Furaram um poço artesiano no meu terreno, mas a água não é suficiente. Estou vivendo de fazer carretos com meu caminhão que antes transportava as verduras que eu produzia. Estou dependendo da Vale resolver a situação, mas nada está sendo feito. Estamos sem saber o que fazer e pedindo socorro”, conta.

Segundo Rogério, nenhum órgão governamental deu assistência a ele ou aos outros agricultores que estão na mesma situação. “Até o momento nem a prefeitura e nem a Vale nos procurou ou ofereceu ajuda. Apenas o pessoal da Emater, teve uma conversa comigo a respeito de uma verba que virá para a cidade. Nem mesmo o auxílio eu estou recebendo”, afirma o agricultor.

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