Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em parceria com outras universidades brasileiras, analisaram as águas do Rio Paraopeba, em Minas Gerais, e descobriram mudanças na diversidade microbiana que levaram algumas bactérias a aumentar a resistência a antibióticos. As coletas foram realizadas ao longo de 464 quilômetros, em oito locais diferentes de amostragem, entre fevereiro e maio de 2019, período subsequente ao desastre de Brumadinho. Em janeiro de 2019, com o rompimento da barragem do Córrego do Feijão, da empresa mineradora Vale, foram lançados cerca de 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos no meio ambiente.
As análises mostraram mudanças na diversidade microbiana imediatamente após o desastre, com a presença de bactérias indicadoras de metais. A identificação de isolados bacterianos também revelou possível contaminação fecal em todo o Paraopeba.
O estudo destaca ainda a que a área impactada pelo desastre criou “pontos de proliferação de micróbios resistentes a antibióticos, que representam sérios riscos para a saúde humana”. Além de Brumadinho e Juatuba, os municípios de Moeda, Igarapé, Varginha, Angueretá, Retiro Baixo e Três Marias foram os locais onde os cientistas encontraram as bactérias. Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz, da Universidade Estadual do Norte Fluminense e da Universidade Federal Rural da Amazônia contribuíram com o trabalho, que foi aceito para publicação na revista científica Science of the Total Environment.