Os moradores da ocupação Santa Fé, em Juatuba, reuniram-se com o pré-candidato a prefeito Ted Saliba e lideranças comunitárias para discutir a falta de serviços essenciais e infraestrutura básica na região. No encontro, eles entregaram um documento contendo as prioridades da Ocupação. “É uma oportunidade de pedir esse compromisso para que o próximo prefeito abrace as causas da população, aquelas que realmente carecem de ter essa atenção”, disse Joelisia Feitosa que intermediou o encontro.
A ocupação Santa Fé, localizada em um imóvel de propriedade da empresa Walcar Terraplenagem Ltda, abriga cerca de 230 famílias, vindas, principalmente da região Metropolitana de Belo Horizonte, e que estão no local há mais de oito anos.
Infraestrutura precária
Os moradores da ocupação Santa Fé vivem sem acesso regular à água e energia elétrica. De acordo com Joelísia, a água que utilizam é obtida de forma irregular. “A ocupação não possui redes oficiais da Copasa e nem da CEMIG. A prefeitura se recusa a fornecer esses serviços e o processo de regularização fundiária é demorado e não recebe a devida atenção das autoridades municipais”, explica Joelísia, destacando que “estamos nessa luta por direitos básicos, porque, sem água, ninguém pode sobreviver”.
Além da falta de água e luz, os moradores enfrentam dificuldades para ter acesso à saúde. “O atendimento é realizado no posto de Sambambaia, uma unidade distante e de difícil acesso. A ausência de visitas regulares de agentes de saúde agrava ainda mais a situação dessas famílias, que se sentem abandonadas pelo poder público”, revela.
Reintegração de posse
Segundo Joelísia, a ocupação Santa Fé está enfrentando cinco ações de reintegração de posse na Justiça, no entanto, segundo ela, não há risco imediato de despejo, mas a incerteza preocupa as famílias. “Não há risco imediato de despejo, graças à defesa proporcionada por instituições de justiça e movimentos sociais, como o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)”, diz.
A falta de emprego também é outro desafio vivido pela comunidade, que foi agravada com o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, em 2019. A principal atividade da comunidade era a pesca no Rio Paraopeba, para sobrevivência e venda. “Eles também sofrem com a falta de empregabilidade e a perda de renda decorrente do uso do rio, que antes era uma fonte de alimentação e sustento”.
População pede socorro
Além do vereador Ted Saliba, nos últimos meses, os moradores da ocupação Santa Fé têm buscado intensificar o diálogo com as autoridades. Segundo Joelísia, a defensora pública do Estado, Ana Cláudia Alexandre, tem acompanhado de perto o caso. “Ela reafirmou o compromisso das instituições de justiça em defender os direitos fundamentais dessas famílias, incluindo o acesso à moradia digna e aos serviços básicos”, conta.
As pautas também já foram apresentas em encontros com a Defensoria Pública do Estado e com representantes do governo municipal, incluindo o secretário de administração e o secretário do governo. “O objetivo dessas reuniões é garantir o direito básico de acesso à água, um recurso vital para a sobrevivência das famílias”, explica Joelísia.