Em uma decisão inédita no país, o Google anunciou que vetará a publicidade eleitoral paga em suas plataformas, incluindo o Google Ads e o YouTube, durante as eleições municipais de 2024. A medida, que entra em vigor em 1º de maio, visa combater a desinformação e garantir a igualdade de oportunidades entre os candidatos. Segundo o Google, a decisão foi tomada após “extensa análise” e “consulta com especialistas em eleições e sociedade civil”. A empresa argumenta que a publicidade paga pode amplificar a desinformação e o discurso de ódio, além de dificultar o acesso dos eleitores a informações confiáveis sobre os candidatos e seus projetos. A decisão gerou reações divergentes, alguns especialistas aplaudem a medida, argumentando que ela contribuirá para eleições mais justas e transparentes. Outros criticam a decisão, alegando que ela viola a liberdade de expressão e limita as opções dos candidatos de se comunicar com o eleitorado. O TSE já havia tomado medidas para combater a desinformação nas eleições, como a criação de uma plataforma de checagem de fatos e a determinação de que as redes sociais removam conteúdos falsos.
Confira a íntegra da decisão do Google:
Política de Conteúdo Político do Google Ads
Atualizado em 24 de abril de 2024
Conteúdo político impulsionado
A partir de 1º de maio de 2024, o Google Ads não permitirá a veiculação de anúncios políticos no Brasil. Essa atualização se aplica a todas as eleições federais, estaduais e municipais.
A decisão de banir o conteúdo político impulsionado foi tomada após extensa análise e consulta com especialistas em eleições e sociedade civil. Acreditamos que essa medida é necessária para combater a desinformação e garantir a igualdade de oportunidades entre os candidatos.
O que é conteúdo político impulsionado?
Conteúdo político impulsionado é qualquer anúncio que promove um candidato, partido político ou iniciativa política. Isso inclui anúncios em texto, imagem e vídeo.
Por que o Google está banindo o conteúdo político impulsionado?
Estamos banindo o conteúdo político impulsionado por vários motivos:
- Desinformação: A publicidade paga pode ser usada para amplificar a desinformação e o discurso de ódio. Isso pode dificultar o acesso dos eleitores a informações confiáveis sobre os candidatos e seus projetos.
- Igualdade de oportunidades: A publicidade paga pode dar uma vantagem injusta aos candidatos que têm mais recursos. Isso pode dificultar a participação de candidatos menos conhecidos ou com menos recursos na disputa eleitoral.
- Transparência: A publicidade paga pode dificultar o acompanhamento do dinheiro gasto nas campanhas eleitorais. Isso pode levar à corrupção e ao abuso de poder.
O que os candidatos podem fazer?
Os candidatos ainda podem se anunciar no Google Ads, mas não poderão impulsionar seus anúncios. Isso significa que seus anúncios serão exibidos apenas para usuários que pesquisarem por termos relevantes.
Os candidatos também podem usar outras ferramentas do Google para se comunicar com o eleitorado, como o Google Meu Negócio e o YouTube.
Acreditamos que essa medida é um passo importante para fortalecer a democracia brasileira. Estamos comprometidos em trabalhar com o TSE e outras autoridades para garantir que as eleições de 2024 sejam justas, transparentes e honestas.
A decisão do Google ainda está em debate e é possível que seja contestada na Justiça. No entanto, a medida representa um passo importante na luta contra a desinformação e na promoção de eleições mais justas no Brasil.