Recentemente a comunicação oficial de Juatuba divulgou que um terreno de cinco mil m², localizado no Distrito de Francelinos, havia sido concedido ao estado para a construção de uma escola estadual. No entanto, em uma “decisão unilateral”, sem consulta à população, o executivo anunciou pelas redes sociais, que o imóvel, que até então “havia sido cedido ao Estado” se transformaria em uma subprefeitura.
Instantaneamente a notícia causou grandes questionamentos e muitas críticas ao prefeito Adônis Pereira. Alguns moradores de Francelinos chegaram até a procurar a reportagem para reclamar da ação tomada pelo executivo, fato noticiado na última edição.
A decisão rendeu tantas críticas que sobrou até para o legislativo. Na reunião desta semana, o presidente da Câmara Ted Saliba disse que recebeu muitos questionamentos a respeito da mudança dos planos para a construção da escola no local. “A comunidade de Francelinos sempre questionou a falta de uma escola no local. Assim que comecei a receber os questionamentos, encaminhei um pedido de informação ao executivo, sobre os prazos reais para a construção da escola e saber se ele realmente expirou. Solicitei também as cópias do processo de concessão ou doação do terreno ao estado. Precisamos dessas informações para repassá-las à população”, afirmou.
Ted defendeu ainda melhorias na região e também a ampliação do atendimento à população, no entanto destacou que a subprefeitura deveria ser em outro local, que fosse de propriedade do município ou até mesmo locado. “Temos por exemplo o posto de saúde da região que poderia ser reformado, abrigando as máquinas da prefeitura e funcionando como um local de atendimento à comunidade. A educação é muito importante, deveriam ser feitas parcerias e mais cobranças para a construção desta escola”, completou.
O parlamentar Messias Leão afirmou que não concordava com a decisão do executivo e que a educação no município deveria ser respeitada. “Sou contra tirar daquele povo a necessidade que eles têm de melhorias na educação. Nunca foi justo os alunos de Francelinos terem que percorrer longas distâncias para chegarem até a Escola do Boa Vista, mesmo que ela seja percorrida por ônibus pagos pela prefeitura. Vocês têm ideia de quanto tempo esses jovens levam? Muitos ainda têm que conciliar o trabalho com a escola”, indagou os colegas.
“Saindo pela tangente”
Após a repercussão negativa, o executivo municipal chegou a afirmar pelas redes sociais que a medida foi tomada provisoriamente e que quando o Governo do Estado quisesse realizar a construção, que um novo local seria concedido. A atitude foi considerada por populares como uma forma do prefeito “sair pela tangente”, já que não foi realizada nenhuma consulta popular acerca da decisão.
Durante a reunião, o vereador Eltinho da Agencia, defendeu o uso do espaço para a instalação da subprefeitura, alegando que a medida tomada pelo prefeito “foi preventiva, para evitar invasões ao terreno público”. “Já houve várias tentativas de invasões naquela região, não somente nela, Juatuba cresceu de forma desordenada. Vejo a medida do prefeito como inteligente, observando o novo plano de regularização fundiária e de divisão de solo dispostas no Plano Diretor. Isso vai evitar mais invasões. Fui no local pessoalmente para uma fiscalização e constatei que o pessoal estava fazendo gatos (sic) de energia no loteamento, para justamente invadir”.
O líder da base, vereador Jurandir dos Santos, concordou com a fala do colega Eltinho e foi enfático ao afirmar que a medida do governo municipal vai reforçar e melhorar o atendimento e promover melhorias na comunidade. “Nós não estamos tirando a oportunidade de educação dos jovens e somos favoráveis à construção da escola. Só que isso é uma responsabilidade do estado, se não houve ainda o interesse de construção, o município agiu certo em promover intervenções no local, de forma que ele seja preservado para a obra futuramente”, pontua Jurandir.
Por fim, Léo da Padaria revelou que recentemente ocorreu uma reunião entre os integrantes da secretaria de educação do e os vereadores. Na ocasião, segundo ele, foi informado de que não havia previsão para a construção da instituição de ensino. “Mesmo se o governador for reeleito não há previsão para a construção da escola. O prefeito se reuniu nesta semana com os moradores de Francelinos, e eles chegaram ao consenso de que o terreno estará à disposição do estado, porém o município vai utilizar o local até esta definição da Secretaria de Educação do Estado. Não sou contra investimentos na educação, só quero frisar que o estado não cuida do terreno, muito menos limpa. Então a prefeitura vai fazer esse papel”, garante.