Durante a última reunião da Câmara, o líder do governo Adônis, Jurandir dos Santos, se pronunciou acerca da reportagem “Prefeito não responde e Juatuba pode perder mais de 300 empregos”, veiculada na edição Nº 633, do dia 29 de outubro, no Jornal de Juatuba e Mateus Leme. Em sua fala, o parlamentar afirmou que o Jornal quis imputar a culpa ao prefeito, caso o município perca cerca 300 empregos.
Sobre a acusação do parlamentar, a direção do Jornal esclarece que não emitiu qualquer opinião acerca do que foi discutido em plenário pelos vereadores e que apenas transcreveu parte do pronunciamento feito pelo presidente do legislativo, Ted Saliba.
Porém, mesmo não concordando com a matéria e dizendo que “o jornal foi infeliz ao veicular a reportagem”, Jurandir trouxe resposta da prefeitura sobre o assunto: segundo ele, o terreno disponibilizado pela CODEMIG ao município, no novo Distrito Industrial, não estaria disponível para doação às empresas, pois ainda não foi demarcado. Outro empecilho é que a prefeitura precisa oferecer como contrapartida o asfaltamento de um quilômetro. “O prefeito me disse que existem outras empresas querendo vir para o município e que Juatuba vai ganhar muito mais do que os 300 empregos que o jornal disse que vai perder. A gente entende que tem que ter um pouco de paciência e esperar um pouco. Assim que o terreno estiver pronto, o prefeito vai receber todas as empresas, com base na garantia de empregos e capacidade de investimento no município”, pontuou Jurandir.
Juatuba perde postos de trabalho desde junho
Uma das maiores preocupações da atualidade, além da pandemia, é a garantia de emprego e renda. O índice de desemprego crescente, impacta os esforços de recuperação econômica e, em Juatuba, a situação segue crítica, com resultados nada animadores.
O município vem perdendo postos de trabalho desde junho e os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, Caged, plataforma oficial do Ministério do Trabalho que divulga os gráficos e estatísticas dos municípios, mostram queda mês a mês. Em junho, houve 78 contratações e 94 desligamentos na indústria, resultando em um saldo negativo de 16 postos. Em julho, foram 68 contratações e 110 desligamentos, ou seja, houve um déficit de 42 postos de trabalho. O mês de agosto fechou com 72 contratações e 78 desligamentos, menos seis empregos gerados. Já em setembro, de acordo com os últimos dados divulgados pelo Caged, foram 87 contratações e o mesmo número de desligamentos.
Com base nos dados oficiais, Juatuba tem perdido postos de trabalho a cada mês e nos últimos 120 dias, contabiliza 369 desligamentos, ou seja, um saldo negativo de 64 postos de trabalho.
Além dos números registrados oficialmente pelo Caged serem ruins e haver necessidade urgente de ações do poder público para movimentar a economia do município, a morosidade na resolução do impasse do terreno cedido pela CODEMIG ao município, pode ser determinante para que os empresários se instalem em outras cidades, deixando de implantar os empreendimentos em Juatuba.
Preocupação com o prazo
Em 2019 foi aprovada a doação para Juatuba de um loteamento pertencente a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, CODEMIG, localizado próximo à empresa PROMA, no sentido do Bairro Boa Vista. Após mudança na diretoria do órgão, o projeto ficou travado, mas em agosto passado, o prefeito Adônis Pereira encaminhou à Câmara um pedido de alteração na Lei, autorizando o recebimento do imóvel para a implantação do novo Distrito Industrial. Em contrapartida, o município se comprometeu a realizar obras de infraestrutura, como a instalação de rede de esgoto, água e energia, captação pluvial e asfaltamento do entorno.
O prazo estipulado para as intervenções no local, foram de 180 dias após a finalização da transferência do imóvel para o patrimônio do Município.
Na última semana, o presidente da Câmara reafirmou sua preocupação com o curto prazo estipulado no acordo com a Codemig para que as obras sejam feitas. “Já havia dito e repito que esse prazo é curto. O asfaltamento da área é a proposta de uma das empresas que negociamos a vinda para Juatuba. Eles mesmos irão fazer a pavimentação como contrapartida pela doação do terreno, facilitando ainda mais para a prefeitura”, reiterou Ted.
Indústria de Mateus Leme perdeu 137 postos
Se em Juatuba a situação do setor industrial não é promissora, em Mateus Leme a situação também assusta. Em junho, o município registrou 124 contratações e 150 desligamentos na indústria, resultando em um saldo negativo de 26 postos. Em julho, foram 96 contratações e 149 desligamentos, ou seja, menos 53 postos de trabalho. O mês de agosto fechou no positivo, mas por pouco, com 109 contratações e 96 desligamentos, um total de 13 postos.
Já no mês de setembro, a situação voltou a piorar e os últimos dados divulgados pelo Caged, Cadastro Geral de Empregados e Desempregados confirmam 83 contratações e 141 desligamentos, um déficit de 58 postos de trabalho. O balanço dos últimos quatro meses, mostra que a cidade teve um total de 536 demissões, o que gerou um saldo negativo de 137 vagas.
