Lamentável: Mateus-lemense morre após esperar por internação na grande BH

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Impossível começar essa reportagem sem emoção. Principalmente por se tratar de um cidadão muito querido por todos os mateus-lemenses e que fez parte ativamente de alguns registros do Jornal de Juatuba e Mateus Leme.

Muitos já devem ter visto algumas imagens de reportagens, fotos da coluna social e até mesmo a arte registrada pelas lentes do aposentado, José de Aguiar Sarney, 79 anos, que tinha os registros como um hobby, por pelo menos 10 anos, principalmente marcando presença em diversos eventos sociais, culturais e religiosos dos dois municípios.

O que levou à esta reportagem é um fato lamentável, que já foi registrado nas páginas deste semanário por diversas vezes: a decadência da Saúde de Mateus Leme. Infelizmente, nos últimos dias o querido Sarney faleceu, o que levou a uma mistura de lamento e saudade, de pessoas que também participam do cotidiano da cidade.

Como Mateus Leme não tem um suporte adequado para internações urgentes, o município é conveniado à hospitais da região, portanto, acaba dependendo de leitos vagos para a internação de seus pacientes. Sempre que surge uma urgência, no anseio de ajudar com a transferência e dar celeridade às internações em outros hospitais, secretário municipal de Saúde, prefeito e até vereadores se mobilizaram, mas a morosidade de cadastro e a ausência de vagas nos hospitais de outras cidades, acaba resultando no falecimento de diversos pacientes, como foi o caso de Sarney, nos últimos dias.

O problema crônico, acabou resultando em revolta e lamentos na reunião da Câmara nesta semana. Os vereadores solicitaram um minuto de silencio em homenagem a Sarney, e na sequência, criticaram muito os protocolos adotados pela Secretaria de Estado da Saúde.

A vereadora Irene de Oliveira foi uma das parlamentares que questionou a Secretaria de Saúde municipal acerca dos convênios existentes e da metodologia de transferência e internação de pacientes em outras cidades.

“Quero fazer um pedido de informação para sabermos como funciona esta metodologia, pois já cansamos de passar por essa mesma situação lamentável. Vários vereadores tentam ajudar de alguma forma, mas os protocolos dos hospitais fazem com que a solicitação chegue aos outros municípios e haja a negativa de internação, pelo fato do paciente não pertencer aquela determinada região, conforme preconizado pela Secretaria de Saúde do Estado ou o próprio Ministério da Saúde. Então queremos saber, para ver o que pode ser feito para evitar mais sofrimento”.

A vereadora relatou ainda que a prática de tentar conseguir vagas e internações “não é feita para passar pacientes na frente ou furar fila do SUS, porque os protocolos são regidos com base nas urgências de internações”. A maioria dos vereadores fez coro à fala da parlamentar e cobrou acerca de mais informações sobre esses protocolos.

Pretinho do Hospital, que é presidente da Comissão de Saúde se comprometeu a encaminhar o pedido de informação à prefeitura, mas adiantou que os protocolos poderiam ser de responsabilidade exclusiva do Ministério da Saúde, que classifica os atendimentos conforme cada micro ou macrorregião. “Temos que encontrar uma saída ou conveniar aos grandes hospitais de Belo Horizonte, já que o município é pertencente à Região Metropolitana de Belo Horizonte”, completou Irene indignada. O Jornal de Juatuba e Mateus Leme deseja os sinceros sentimentos à família de José Sarney.

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