Liga Esportiva de Juatuba desmente nota do Cruzeiro em caso de “desacato” a fiscal

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Após contato de jurídico, clube modifica nota que envolvia o presidente da Liga Esportiva de Juatuba no ocorrido

A ocorrência policial envolvendo o técnico do time feminino do Cruzeiro, Marcelo Frigério (Tchelo), que teria desa¬catado a coordenadora da vigi¬lância da saúde de Juatuba, Thaís Rúbia Duque Cunha Cha¬gas, ainda está rendendo capítulos.

Depois que o Cruzeiro emitiu uma nota lamentando o ocorrido, afirmando que os fiscais sanitários não tiveram “educação ou cortesia” na con¬dução do episódio, o clima voltou a esquentar entre as partes, principalmente porque o clube negou que Marcelo Frigério tenha feito “qualquer agressão verbal ou física a qualquer membro femi¬nino da equipe de fiscalização”, o que testemunhas insistem em dizer que não é verdade.

Segundo a nota do Cruzeiro, as “palavras, no momento de tensão, foram dirigidas a Geraldo Ricardo Lima, presidente da Liga Esportiva de Juatuba, que não estaria satisfeito com a presença da equipe feminina na cidade”. A divulgação da nota associando o presidente da entidade ao episódio foi o estopim para que o advogado da Liga, André Mendes, acionasse o clube e solicitasse que a publicação fosse retirada das redes sociais. Após algumas horas, o Cruzeiro alterou a nota e retirou o nome de Geraldo Ricardo Lima da publicação.

De acordo com o advogado André Mendes, como o Cruzeiro concordou em retificar os termos da nota assim que foi notificado, a Liga não vai ajuizar uma ação. “Mas se eventualmente viermos a sofrer qualquer dano à imagem ou perda financeira pela citação que houve na nota do Cruzeiro, não descartamos esta possibilidade”, pontuou.

O Jornal de Juatuba e Mateus Leme recebeu do advogado, um vídeo mostrando toda a discussão, gravado pelo presidente da Liga, Geraldo Lima. Segundo o advogado, “o material deixa claro que o técnico utilizou diversos palavrões, parte para cima dos servidores da prefeitura e Geraldo pede para que ele não “fale grosso com a servidora”, argumentando que o técnico precisa saber “respeitar”. O presidente da Liga será testemunha na audiência entre as partes, que ocorrerá no dia 13 de abril, no Juizado Especial.

A Liga Esportiva Eclética de Juatuba, também emitiu nota, repudiando a confusão, bem como qualquer “tentativa envolver a entidade no fatídico ocorrido que foi noticiado em grandes veículos de imprensa nacional”. A entidade ainda explicou que não tem ou teve qualquer participação na vinda, permanência ou marcação de treinos da equipe de Futebol Feminino do Cruzeiro em Juatuba, sendo esta uma parceria entre o clube diretamente com a Prefeitura. “A LEEJ lamenta profundamente o ocorrido, uma vez que tem em seu histórico o reconhecimento em âmbito estadual, do fomento e luta pelo esporte como fator de transformação social, e, os fatos ocorridos na última sexta, vão de encontro ao respeito as pessoas, a disciplina e as regras, que seja do esporte ou dos decretos que versa sobre o combate a pandemia da Covid-19”, finaliza nota.

Outro lado

Além da emissão da nota, Geraldo Lima, compareceu na última reunião da Câmara e esclareceu toda a confusão, afirmando que estava presente no estádio como funcionário efetivo da Prefeitura, responsável pela manutenção do campo e não como presidente da Liga. Disse ainda que viu sua colega de trabalho ser destratada rispidamente, inclusive com palavras de baixo calão, e por isso partiu em sua defesa.

Geraldo tem 59 anos, há 20 anos atua como servidor da prefeitura, é Presidente da Liga Esportiva Eclética de Juatuba e também de um sindicato. Em conversa com o Jornal de Juatuba e Mateus Leme, ele desabafou sobre o episódio. “Atuo além das minhas funções e sempre tive o prazer de trazer grandes times para a cidade. Cuido do Estádio Curumin, aparando a grama, tratando e cuidando do local. Quem convocou esse jogo foram funcionários da Secretaria de Esportes e estava jogando um time masculino contra um feminino, fato nunca antes permitido pelo Cruzeiro”.

Porém, Geraldo explica que a grande preocupação dele e da fiscal da prefeitura foi a aglomeração durante o treino, já que mais de 70 pessoas entre jogadores e pessoas envolvidas com as equipes, estavam no local. “Além disso, as palavras que o técnico utilizou foram muito fortes e eu como servidor não poderia permitir”.

Sobre a afirmação feita pelo Cruzeiro que ele “não estaria satisfeito com a presença da equipe feminina na cidade”, Geraldo disse que é uma inverdade e que o pessoal da equipe feminina do Cruzeiro não conhece sua história de paixão pelo clube. “Sou cruzeirense, fui fundador da máfia Azul em Juatuba, além de ter criado e coordenado diversas excursões de times mirins do clube. Fui grande amigo de antigos diretores, mas eles não conhecem minha história. Independentemente da minha condição de torcedor, sempre trouxe times para treinar em Juatuba”.

Geraldo ainda afirmou que mesmo com o ocorrido, a parceria com o setor público e privado continuará, independentemente de posições partidárias ou prefeitos. “Vamos continuar buscando a realização de nossos campeonatos que são motivos de orgulho, entretenimento e desenvolvimento social para Juatuba e toda região, entretanto como vimos último ano, respeitando todos os protocolos de saúde pública e suas autoridades”, finalizou.

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