Recentemente, o Jornal de Juatuba e Mateus Leme recebeu denúncias afirmando que a Estação Ferroviária de Juatuba, que foi inaugurada em 1911, estava abandonada, depredada e com marcas de vandalismo e invasão.
A edificação que servia à estação de passageiros do município, atualmente pertence a Ferrovia Centro Atlântica com cessão de uso para a Prefeitura. Porém, a edificação encontra-se em péssimo estado de conservação e um dos principais pedidos dos juatubenses é que o imóvel seja reformado.
Esta semana, o Ministério Público instaurou Inquérito Civil para apurar o abandono do prédio histórico da Estação. Segundo o promotor, Lélio Braga Calhau, a Promotoria de Justiça de Juatuba irá requisitar informações preliminares do município sobre as medidas concretas adotadas para a proteção da antiga estação ferroviária, e uma perícia técnica será realizada no local. A pedido da Promotoria, a Polícia Militar visitou o local e registrou que o imóvel realmente se encontra abandonado e com sinais de invasão.
A antiga Estação Ferroviária
A linha Belo Horizonte-Garças de Minas foi aberta entre 1011 e 1916 pela Estrada de Ferro Oeste de Minas e funciona até hoje para cargueiros. Na década de 1970 a linha se fundiu à do Paraopeba, da Central do Brasil, começou a operar na capital. O trecho na região metropolitana de Belo Horizonte recebeu trens de subúrbio por muitos anos, e a partir dos anos 1990 passou a ter a linha do metrô acompanhando de perto a sua linha, que ficou somente para movimento dos trens cargueiros.
Preservação do patrimônio
A Lei 11.483, de 31 de maio de 2007, atribuiu ao Iphan a responsabilidade de receber e administrar os bens móveis e imóveis de valor artístico, histórico e cultural, oriundos da extinta Rede Ferroviária Federal (RFFSA), bem como zelar pela sua guarda e manutenção. Desde então, o Instituto avalia, dentre todo o espólio oriundo da extinta RFFSA, quais são os bens detentores de valor histórico, artístico e cultural, como é o caso da Estação Ferroviária de Juatuba, e também os edifícios ferroviários da cidade vizinha, Mateus Leme, que estão preservados.