Morador do João Paulo II reclama da falta de infraestrutura do bairro e pede melhorias

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Na primeira sessão ordinária da Câmara de Mateus Leme, realizada na última segunda-feira (3), o Sr. Antônio, morador do bairro João Paulo II, utilizou a tribuna para manifestar sua indignação com as condições de infraestrutura da localidade.

Residente há mais de 30 anos no bairro, ele contou que os moradores da região enfrentam dificuldades e aguardam por melhorias prometidas há anos pelo poder público. “A situação lá não está fácil. Tem vereadores que já passaram pelo nosso bairro, mas até hoje não vimos melhoria nenhuma”, desabafou.

Segundo ele, a falta de pavimentação é um dos maiores desafios de quem vive na região que recebeu asfalto somente onde passa o ônibus escolar. “A Rua Jair Cândido da Silva, onde mora toda a minha família, nunca foi asfaltada. Quando a gente vai à prefeitura, dizem que a verba já está disponível, mas a rua nunca sai do papel. Já prometeram asfalto, depois falaram em calçamento, agora dizem que será bloquete. Mas, até agora, nada aconteceu”, relatou indignado. “Gostaria de pedir aos vereadores para se empenharem em relação ao nosso bairro”, destacou.  

Outra crítica apresentada é sobre a canalização da água da MG-050 que, segundo ele, desemboca no bairro João Paulo II. Segundo ele, o fluxo descontrolado de água tem causado erosões e prejudicado nascentes locais.

“Os vereadores precisam ir lá para ver de perto o que está acontecendo. A água que desce da MG-050 está arrebentando o bairro inteiro. Há uma nascente de água que está sendo prejudicada “, alertou.

A falta de segurança no trânsito, não ficou de fora da lista do Sr. Antônio. A travessia de pedestres entre o João Paulo II e o bairro Mangabeiras também é motivo de preocupação. De acordo com o morador, a passagem que liga os bairros tem sido cenário de diversos acidentes. “Já teve acidente demais naquele trecho para ir ao supermercado BH”, contou.

A falta de água em algumas ruas do bairro é mais um motivo de revolta entre os moradores. Segundo o Sr. Antônio, o problema ocorre especialmente na Rua Jair Cândido da Silva, onde há registros frequentes de interrupções no abastecimento. “Tem morador que fica cinco dias sem água nesta rua”. Segundo ele, somente essa rua não tem água. “Já fomos na Copasa e questionamos. Eles dizem que há um problema no registro, mas por que não resolvem? ”, questionou.

Mais demandas da população

A falta de poda nas árvores é outro transtorno para os moradores. Segundo ele, os galhos afetam as fiações elétricas e não é possível ver a fiação no meio das árvores. 

Outra dificuldade que os moradores enfrentam é para regularizar seus imóveis. “Tem gente que mora há décadas no mesmo local, já tentou, mas não consegue regularizar o terreno”. Segundo ele, sem a documentação, quem está recebendo o IPTU desse local é Belo Horizonte. “Mateus Leme fica sem receber o imposto”, disse.

A falta de coleta de lixo, também entrou para a lista. Segundo o morador, a situação leva alguns moradores a queimar o lixo nas ruas. “Daqui a pouco aparecem bichos, sem falar a feiura que fica o bairro”, lamentou.

Além falta de obras e serviços, ele conta que os moradores enfrentam dificuldades para obter respostas da prefeitura. Segundo ele, há um excesso de protocolos abertos sem retorno. “Você liga pra lá e nada. Pra que? Só pra tomar o tempo do morador. Não dá pra entender”.

Vereadores prometem empenho para sanar problemas de infraestrutura

A discussão sobre os problemas de infraestrutura na cidade, em especial no bairro João Paulo II, apontado pelo morador da região, Sr. Antônio, dominou a maior parte da reunião desta semana.

O vereador Mário Imbondos foi o primeiro a se manifestar. Segundo ele, um morador relatou a ele que a prefeitura teria anunciado em uma reunião realizada com a comunidade, a existência de R$ 10 milhões destinados à pavimentação do bairro no ano passado. “Se tinha R$10 milhões, então tem que ter esse valor”, disse.

Ele também falou sobre a dificuldade na coleta de lixo e que a infraestrutura precisa fazer parte das pautas da Câmara. “O que devemos agora é trabalhar em uma operação de urgência”, disse o vereador que sugeriu a criação de uma comissão especial de vereadores para cobrar uma resposta imediata do Executivo e da Secretaria de Obras.

Ele também destacou o aumento da arrecadação municipal que tem sido histórica nos últimos anos. “Nos últimos quatro anos, Mateus Leme arrecadou R$ 827 milhões. Estamos falando de quase R$ 1 bilhão para uma cidade de 38 mil habitantes. Então se teve essa arrecadação, tem dinheiro”, completou.

O vereador Pretinho do Hospital sugeriu notificar a Copasa em relação à falta de água apontada pelo Senhor Antônio. “Precisamos notificar também a Copasa sobre por conta dos relógios. O morador paga caro, paga rede de esgoto e a Copasa tem que dar uma solução para o bairro”, disse o vereador. Ele também pediu que a Câmara dê um ultimato à empresa de coleta de lixo. “Vamos pedir dois dias para resolverem o problema. Que ela puxe o lixo de cavalo, de carroça”, disse em resposta à justificativa da empresa sobre a falta de mobilidade na região.

Já o parlamentar Vanderlei do Salão relatou que havia solicitado informações sobre a situação do bairro para o prefeito, sendo informado que estão em processo de licitação para compra das máquinas. “Ele prometeu que vai arrumar os bairros”, disse. “Pedi também uma linha de ônibus para descer próximo ao campinho”, ressaltou. Segundo ele, o prefeito também se dispôs a reformar a praça no local. “Vai ter uma praça digna pra vocês”, disse.

Máquinas

O vereador Chico da Venda destacou o atraso no funcionamento das máquinas responsáveis pela manutenção das estradas. “No início de cada ano, as máquinas já estavam prontas para iniciar os trabalhos em janeiro e fevereiro, neste ano está demorando demais”.

Em resposta, o presidente da Câmara, Zé Ronaldo explicou que houve problemas na licitação.  “Parece que teve problema na licitação e estão revendo a situação. Realmente não têm máquinas hoje para rodar nos bairros. A gente entende e sabe da carência dos bairros”, enfatizou.

O vereador Amilton Pocotó de Sítio Novo chamou a atenção sobre a demora no reparo das vias. “Outra coisa que está acontecendo muito na cidade: estão abrindo, fazendo as manutenções, e está demorando um bom tempo para fazer os reparos. Os remendos na cidade estão todos ficando abertos. Hoje, estive no bairro João Paulo II e me deparei com esgoto a céu aberto. ”, finalizou.