Moradores de Azurita denunciam mineradora por desmatamento e poluição sonora e ambiental

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Olho: “A área desmatada é refúgio de miquinhos, pequenos roedores e pássaros. Procuramos a Secretaria de Meio Ambiente, mas nada foi feito. Não há estudo algum de impacto ambiental e toda a vizinhança corre risco, já que a mineração fica ao lado de diversas casas. Estamos com medo, porque o empreendimento é grande e está apenas começando”

No mês passado o Ministério Público Federal moveu uma ação civil pública para obrigar a mineradora Tamisa a solicitar anuência prévia do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis antes de realizar qualquer supressão vegetal na Serra do Curral, considerada cartão postal de Belo Horizonte. De acordo com os procuradores à frente do processo, por se tratar de área de Mata Atlântica, o desmatamento é ilegal.

A cerca de 40 km da Serra do Curral está o Distrito de Azurita, em Mateus Leme e, apesar da distância geográfica, os moradores da comunidade dizem que a degradação e a exploração minerária que afeta a natureza, animais e moradores são os mesmos.

Em denúncia encaminhada ao Jornal de Juatuba e Mateus Leme, Maria Elizabete Azevedo de Oliveira e Gabriela Cavalcante, afirmam que a empresa Santa Inês Mineração Ltda, de Mateus Leme, está desmatando uma grande área no Distrito de Azurita, próxima à rua Otávio Juventino Rezende, ao lado do número 220.

As moradoras revelaram que as intervenções estão sendo feitas para, supostamente, haver a retomada da mineração na Serra próxima ao endereço. “Essa mineração foi embargada nesse mesmo local há alguns anos, por falta de documentação. Com a retomada das atividades, foram derrubadas dezenas de árvores e suprimida toda vegetação de uma grande extensão. Máquinas pesadas trabalham, dia e noite, causando forte ruído, grande quantidade de poeira e partículas de minério, além de trepidação de portas e janelas das casas”, pontuam.

As cidadãs afirmam que os moradores procuraram a Secretaria de Meio Ambiente para pedir a fiscalização da obra, mas nada foi feito. Segundo elas, quando estiveram na Secretaria, pediram para ver a autorização de funcionamento da empresa emitida pela prefeitura, mas não tveram acesso, assim como à informação sobre o horário de trabalho autorizado para o serviço das máquinas pesadas. “Solicitamos ainda a informação sobre a autorização para a retirada das árvores, mas também não nos foi informado. Diante de tudo isso, uma servidora pediu que fôssemos ao setor de protocolo registrar um pedido com todas essas informações. Fizemos a solicitação e nada foi feito até o momento”, afirmam.

As jovens destacam ainda que não sabem se foram feitas pesquisas consistentes para averiguar o impacto ambiental e à Saúde pública, uma vez que, parece se tratar de vegetação nativa em quase toda área. “Também nos preocupa o fato de estarem construindo o pátio para receber o produto extraído, do lado de ruas e casas residenciais”.

As moradoras afirmaram ainda que durante conversa com uma servidora da Secretaria de Meio Ambiente foram informadas que a mineradora ainda não tem autorização de Órgãos Estaduais para minerar no local. Com a possibilidade de a empresa ainda não estar devidamente licenciada, elas levaram o fato à Câmara, solicitando uma denúncia oficial junto ao Ministério Público. A denúncia também foi encaminhada à Assembleia Legislativa, solicitando o embargo urgente das obras e o impedimento imediato da permissão para a atuação da mineradora.

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