Moradores do bairro Villa Vern, em Juatuba, denunciam que as obras do gasoduto da Gasmig, que tiveram início em 2024, estão causando erosões e danos ambientais ao município. Segundo relatos, a situação ocorre na BR-262, na altura do km 368 oeste, próximo à fábrica da Brahma, e tem gerado preocupação na população.

A maior parte da área atingida é rural, próximo à BR, impactando a meio ambiente e sitiantes vizinhos. Um dos residentes relatou ao Jornal de Juatuba e Mateus Leme que percebeu impactos ambientais perto de sua propriedade. “Perto do meu sítio, vi um monte de listras escuras. Quando olhei de perto, eram minhocas, todas mortas. Segui o curso da água e vi peixes mortos. Depois fiquei sabendo que eles colocam um produto para fazer os furos no solo, e esse produto acaba contaminando o rio”, afirmou.
O morador também relatou que a vizinhança informou aos responsáveis pela obra. Segundo eles, os técnicos teriam se comprometido a estabilizar o solo, mas isso não aconteceu.
A preocupação dos moradores é que a situação se agrave. “Aqui próximo ao meu sítio, na região da Ambev, as erosões estão gigantes. Se vier uma chuva pesada, vai danificar os barrancos, prejudicando os sítios e podendo até causar acidentes”, alertou.

O risco, no entanto, não é somente para quem vive na região. O morador alerta que há erosões em diversos pontos, sem previsão para a solução do problema. “Existem crateras onde animais podem cair, e até um motorista passando pela BR-262, corre o risco de cair com o carro”, destacou.
O morador conta que entrou em contato com a empresa e sugeriu que, pelo menos, fosse jogado pó de asfalto nos locais afetados. “Falei com o encarregado, mas nada foi feito. Os técnicos do meio ambiente da Gasmig falaram que iam plantar grama nos locais onde passaram a máquina, mas isso não aconteceu. Restaram apenas capim e erosão”, lamentou.

Mortandade de animais
A preocupação dos moradores também envolve o impacto ambiental. Segundo relatos, peixes e minhocas apareceram mortos em um riacho próximo ao trajeto do gasoduto. Moradores questionaram a técnica de meio ambiente da Gasmig sobre a situação, e a resposta teria sido que o rio já era contaminado. “De toda forma, eles não poderiam usar um produto altamente químico e deixar por isso mesmo. Eu tenho questionado, eles visualizam a mensagem e não respondem”, afirmou o denunciante.
Ainda segundo os relatos, a empresa prometeu doar árvores frutíferas para plantar nas margens dos rios e colocar grama nos locais afetados, mas nada foi cumprido. “Perto do presídio de Juatuba, prometeram a grama, mas ficou só na promessa”, disse.
A população local também reclama de outros danos que teriam sido causados pela obra, como o rompimento de cabos de telefonia. “Romperam cabos que atendem várias regiões”, comentou.
Resposta da prefeitura e da Gasmig
A reportagem de Juatuba e Mateus Leme entrou em contato com a prefeitura de Juatuba para saber quais providências serão tomadas em relação à denúncia. Segundo Thales Fernando, assessor de comunicação do município, a atual gestão ainda não havia sido acionada pelos moradores para fiscalizar a situação.
“A prefeitura tomou ciência depois que a reportagem nos notificou, e a Defesa Civil já está acionando a Gasmig para prestar esclarecimentos à população. Pedimos urgência na resposta da Gasmig, para averiguarmos quais providências serão tomadas”, afirmou.
O jornal também procurou a Gasmig na quinta-feira (27) para obter um posicionamento sobre as denúncias e fomos informados que a “solicitação foi encaminhada ao setor responsável”. No final da tarde de quinta-feira, por volta das 16h, o morador entrou em contato com a nossa reportagem informando que a Gasmig compareceu ao local, após tomarem conhecimento das reclamações. Segundo ele, o técnico local teria informado que fará um relatório para avaliação do que será feito. Até o fechamento desta edição, a empresa não tinha retornado com um posicionamento sobre a situação.
