Moradores de Juatuba enfrentam demora no agendamento de tratamentos de alta complexidade

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Denúncia frequente na saúde pública em Juatuba tem sido a demora no agendamento de tratamentos de alta complexidade, como o de glaucoma, condição que requer acompanhamento médico contínuo e, em muitos casos, urgente. As reclamações, que já circulavam entre a população, ganharam novo fôlego esta semana com a denúncia do pastor Fernando, que relatou sua difícil jornada em busca de tratamento adequado.

O pastor conta que há meses luta para conseguir um tratamento para glaucoma, condição que pode levar à cegueira se não for tratada a tempo. Segundo ele, seu médico solicita o tratamento com urgência, mas a espera tem sido longa, deixando-o cada vez mais preocupado.

Recentemente, o pastor esteve na Secretaria de Saúde para buscar informações sobre o andamento do seu pedido e foi informado de que teria que continuar aguardando. “Eles me disseram que é muito difícil, que tem que esperar, mesmo sendo um pedido de urgência. Disseram para eu voltar na segunda-feira para conversar com o Secretário de Saúde”, relatou o Pastor.

Ao retornar à Secretaria, ele foi atendido pelo gestor da pasta, Dr. Pedro Nunes. “Conversei com ele e, no final, ele me aconselhou a judicializar o caso, porque, infelizmente, não há como fazer nada por aqui”, disse. Segundo Fernando, esta resposta é inaceitável, uma vez que ele, como cidadão, tem o direito de receber atendimento de saúde adequado e em tempo hábil. “Eu sou um cidadão pagador de impostos, protegido pela lei. É meu direito ser assistido e é dever da prefeitura resolver essa situação, pois minha saúde está em jogo”, desabafou.

Secretário explica que o tratamento depende da agenda de outro município

De acordo com o Secretário de Saúde, Pedro Nunes, o tratamento de glaucoma não é de responsabilidade direta do município, uma vez que o atendimento para essa condição é realizado em outro município. Segundo Fernando, o Secretário teria destacado que “o glaucoma é diferente de outros procedimentos, como o de catarata, que é uma cirurgia e não depende de um longo acompanhamento. O glaucoma, no entanto, é um tratamento contínuo e, por isso, a fila de espera tende a ser maior. Além disso, o município depende de vagas em outros centros para encaminhar os pacientes, o que foge do controle da administração de Juatuba”, conta Fernando.

Ele afirma ainda que Pedro Nunes destacou que a limitação na agenda de encaminhamentos é um problema sério, mas destacou que essa situação não é exclusiva de Juatuba, sendo comum em outros municípios que também carecem de atendimento em centros maiores para disponibilização de vagas para tratamentos de alta complexidade.

Apesar da explicação do gestor da saúde de Juatuba, o pastor argumenta que é responsabilidade do poder público garantir que os cidadãos tenham acesso a esses serviços de forma eficiente. “Eu não posso ficar à mercê de quando houver uma vaga. Tem que haver um fluxo contínuo para garantir que os pacientes sejam atendidos a tempo, especialmente em casos de urgência como o meu”, afirmou.

Judicialização

 
Diante da falta de soluções apresentadas, o pastor revelou que, antes de tomar a decisão de judicializar o caso, gostaria de tentar uma conciliação com o poder público.  “O Secretário me disse que essas questões vêm de gestões anteriores, e que ele está trabalhando para conseguir mais vagas e reduzir a fila. Mas o fato de ele sugerir que eu judicialize a questão é lamentável”, criticou o pastor.

Para ele, o maior problema é que essa solução, que deveria ser excepcional, tem se tornado frequente. “Já imaginou se todos os cidadãos de Juatuba tivessem que entrar na justiça para ter acesso ao atendimento de saúde? Isso não pode ser normal. O poder público tem o dever de garantir nossos direitos sem que as pessoas precisem recorrer a processos judiciais”, argumentou.

Pastor Fernando relata que já levou outras denúncias à Câmara Municipal e ao Ministério Público, sem que houvesse uma fiscalização efetiva. “O presidente da Câmara pediu explicações, mas o secretário mandou respostas que não condizem com a realidade. Eu denunciei ao Ministério Público, e isso está em andamento. Agora, estou diante de mais uma situação em que me dizem para judicializar. A situação é grave e precisa de atenção imediata”, afirmou.