Moradores do Satélite e Francelinos afirmam que são ignorados pela prefeitura

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Olho: Nós levamos o assunto várias vezes ao prefeito que se comprometeu a atender os anseios dos atingidos, mas infelizmente ele não resolveu e nem tem respondido as correspondências das instituições de Justiça”

Como um dos municípios afetados pelo rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, Juatuba será beneficiada com R$ 116 milhões em obras na cidade. E o que seria apenas motivo de comemoração, tem se transformado em razão de discórdia e descontentamento da população que foi diretamente impactada com o desastre ambiental.

Depois da realização de várias reuniões entre o prefeito e os vereadores, uma audiência pública virtual, também com o objetivo de definir as áreas prioritárias para aplicação dos recursos, contou com a participação dos atingidos do bairro Satélite, Francelinos e integrantes da Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social – AEDAS.

O prefeito Adônis Pereira apresentou como proposta principal a construção de um Hospital na cidade e lembrou que a unidade de saúde poderia funcionar no prédio existente, semiacabado e que abrigaria o Hospital do Câncer. A construção que fica na BR 262, segundo o prefeito, poderá atender Juatuba e os municípios vizinhos. Adônis disse ainda que parte dos recursos também devem ser utilizados em saneamento básico.

Sem retorno 

Na audiência entre o prefeito e os vereadores ficou acordado que a Comissão dos atingidos encaminharia todos os projetos que julgasse prioritários e que o chefe do executivo abriria um canal de comunicação com as pastas de Meio Ambiente, Infraestrutura, Educação e Saúde.

No entanto, de acordo com a coordenadora da Comissão dos Atingidos do Satélite, Joelízia Moreira, apenas a Secretária de Meio Ambiente se disponibilizou a ouvir os moradores. A líder do movimento destaca que houve muita “má vontade do prefeito em dialogar com o grupo, e após a audiência eles não tiveram mais retorno”.

Joelízia Moreira afirma que o prefeito, apesar de ter se comprometido na presença do Ministério Público e de diversas autoridades a dar resposta aos atingidos, na prática não cumpriu a promessa. “Nós levamos o assunto várias vezes ao prefeito e ele se comprometeu a atender os anseios dos atingidos, mas infelizmente não resolveu nada e nem tem respondido as correspondências das instituições de Justiça”, pontua líder do movimento.

“O prazo já se esgotou; encaminhamos todas as propostas das comunidades, mas a prefeitura sequer respondeu ou encaminhou a nossas indicações”.

Propostas dos atingidos 

Quarenta e quatro projetos foram encaminhados pelos atingidos, a grande maioria em defesa da ampliação, manutenção e desenvolvimento do saneamento básico. Estas propostas preveem a construção, ampliação e reparação total das infraestruturas de abastecimento de água, além do monitoramento da qualidade da água da Copasa. Outras propostas dos moradores são voltadas para a saúde, assistência técnica e extensão rural; combate à contaminação de áreas sujeitas a alagamento, além de diagnóstico da qualidade do solo nas áreas afetadas pelo rompimento da barragem.

Os moradores pedem ainda a promoção do trabalho, emprego e renda; oferta de cursos técnicos profissionalizantes em nível médio e superior, além da ampliação da oferta de ensino médio, educação de jovens e adultos e construção de creches.

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