Moradores do Satélite e Francelinos querem reunião com Adônis para decidir destinação de recursos da Vale

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Mais de dois anos após o rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, o governo de Minas, as instituições de Justiça e a mineradora firmaram acordo para a reparação dos danos socioeconômicos causados pela tragédia no valor de R$ 37,6 bilhões. O montante será usado em obras de recuperação no epicentro da tragédia e também em outras áreas em todo o estado. Quem será responsável pelas obras feitas com o dinheiro do acordo será a própria mineradora Vale, com base no Termo de Compromisso assinado entre a empresa e Estado de Minas Gerais, o Ministério Público Federal, o Ministério Público Estadual, a Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais.

Como parte dos municípios afetados, Juatuba será beneficiada com R$ 116 milhões em obras na cidade e uma reunião foi realizada entre o prefeito e os vereadores para definir as áreas prioritárias para aplicação do recurso. O projeto elaborado a partir da listagem de obras será enviado para avaliação do Governo do Estado e, inicialmente, a proposta é que o dinheiro seja investido em ações de saneamento, educação e saúde.

Reunião

Desde março, o Movimento dos Atingidos por Barragens de Juatuba aguarda resposta de um ofício enviado à prefeitura, solicitando uma reunião com o prefeito para tratar a respeito dos projetos que serão realizados com os recursos.

De acordo com a coordenadora da Comissão dos Atingidos do Satélite, Joelizia Moreira, os moradores de Francelinos e do Satélite, prejudicados pelo rompimento da barragem, não foram ouvidos pelo prefeito. “Estamos pretendendo uma reunião com o prefeito e uma audiência pública na câmara. Queremos alinhar e conhecer os projetos, para não ter que disputar com a prefeitura. A única coisa que queremos é que os quase dez mil atingidos das duas regiões sejam contemplados. Já são dois anos de luta e essas pessoas que dependiam do Rio Paraopeba para viver querem ser contempladas de alguma forma”, pontua.

O movimento levantou demandas na área de saúde, meio ambiente, infraestrutura e trabalho e renda. ”Queremos esse amparo da prefeitura, pois os moradores ribeirinhos foram muito prejudicados, inclusive eles têm que comprar água mineral para tomar. Até o momento não foi feito exame dessas pessoas, para constatar se elas foram contaminadas por metais pesados. Esse auxilio deve atender essas pessoas primeiro, é pra isso que ele foi feito”, reivindica Joelizia.

De acordo com o movimento, o presidente do legislativo, Ted Saliba liberou as dependências da Câmara para a audiência pública e se prontificou a fazer a interlocução com a prefeitura. Como Ted está se recuperando da Covid-19, eles aguardam a melhora do parlamentar para retomar os contatos com a prefeitura.

Ana Paula, que também participa do movimento, afirma que os atingidos são favoráveis ao investimento dos recursos no Hospital do Câncer, mas eles não abrem mão de serem beneficiados com projetos específicos para as duas regiões. “Soubemos que há a intenção de investir esse valor no término do Hospital e somos favoráveis, mas é necessário um olhar específico para a população do Satélite e Francelinos que foi a mais atingida”, opina.

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