Na tarde desta sexta-feira, 31, o Jornal de Juatuba e Mateus Leme recebeu a cópia de um manifesto que pretende colher assinaturas contra a doação de uma área de 325 mil metros quadrados à empresa Ecomining América Ltda, que tem como principal atividade econômica a extração de minério de ferro.
O manifesto SOS Juatuba – Diga não à mineração explica que o município recebeu da CODEMIG – Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, em agosto de 2021, um terreno 692.418 m², no Capão da Cruz das Almas, junto a estrada velha para Mateus Leme, área anteriormente pertencente ao então vice-governador Clésio Andrade, e que foi desapropriada pelo Estado em setembro de 2009, objetivando o cancelamento de dívidas.
“Neste momento a Prefeitura de Juatuba está fatiando esse imóvel em pedaços e doando para implantação de indústrias poluidoras, sem cumprir qualquer exigência legal de parcelamento do solo, de proteção ambiental e de infraestrutura”, diz manifesto.
Os organizadores afirmam no documento que não foi oportunizado à sociedade qualquer informação nem possibilidades de participação para manifestar sobre a destinação do terreno público, inserido em área de Preservação Permanente.
“Se o terreno é público, ele pertence ao povo de Juatuba; se a área é de Preservação Permanente, ela pertence às futuras gerações. Por tudo isso, a comunidade se mobiliza como sempre se mobilizou para defender que seja preservada a riqueza de diversidade da flora, da fauna e os recursos hídricos do Capão da Cruz das Almas e toda a área de amortecimento e carregamento hídrico da Serra do Elefante”.
O grupo pretende angariar pelo menos, mil assinaturas e protocolar o documento na Câmara. Pelas redes sociais, jovens e lideranças continuam criticando a proposta e já estão mobilizando uma manifestação na porta da prefeitura.
Prefeito nervoso
Bastante alterado, o prefeito Adônis Pereira gravou um vídeo e divulgou nas redes sociais da prefeitura, afirmando que a Serra do Elefante não está localizada em Juatuba, e sim no município vizinho. Na ocasião, o chefe do executivo, acusou os veículos de comunicação local e também parlamentares de propagarem Fake News, ao afirmar que a empresa faria exploração minerária na cidade.
“Lá no fundo do terreno, na parte mais difícil, houve uma empresa de mineração que pediu parte do terreno para colocar separação de material, não é para minerar nada no nosso município, porque ele não tem material para ser minerado. Para ter uma mineração para minerar no nosso município é preciso uma licença federal e não municipal. Então essas Fake News estão por aí, falando que o prefeito quer minerar a Serra do Elefante, que está em outro município”, disse Adônis.
No entanto, dentre as atividades da empresa para a qual Adônis pretende fazer a concessão estão o comércio atacadista de produtos da extração mineral, a extração de minério de ferro, pelotização, sinterização e outros beneficiamentos de minério de ferro, extração de minério de alumínio, extração de minério de estanho, atividades de apoio à extração de minério de ferro. A empresa também pode fazer o transporte rodoviário de carga, intermunicipal, interestadual e internacional.
