Morte de Marília Mendonça: Inquérito da PC conclui e aponta pilotos como culpados pelo acidente e morte da artista e tripulação

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Avião em que morreu a cantora sertaneja Marília Mendonça, em novembro de 2021, em Minas Gerais. CENIPA divulgou relatório sobre as causas do acidente. Foto: Youtube/Wikimedia Commons

O delegado Ivan Lopes Sales, da Polícia Civil de Minas Gerais, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (4 de outubro), responsabilizou o piloto pela queda da aeronave que levava a cantora Marília Mendonça a Caratinga em novembro de 2021.

Segundo o delegado, a tripulação não respeitou a perna de pouso estipulada para o aeródromo de Ubaporanga. “O manual determina uma velocidade para fazer a perna do vento, os pilotos ultrapassaram essa velocidade não respeitando o manual. Eles saíram da zona de proteção e qualquer responsabilidade de (ver) antena, morro quaisquer obstáculos, cabia aos pilotos observar. Diante desses cenários de negligência, de imperícia, a Polícia Civil atribuiu a responsabilidade da queda da aeronave aos pilotos”, disse.

A conclusão da polícia mineira é semelhante ao do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). O relatório do órgão indica que “houve uma avaliação inadequada acerca de parâmetros da operação da aeronave, uma vez que a perna do vento [trajetória de voo percorrida durante o procedimento de pouso] foi alongada em uma distância significativamente maior do que aquela esperada”.

Os investigadores concluíram que os pilotos deveriam ser julgados por homicídio culposo, quando não se assume risco de matar. Por conta do óbito dos pilotos, foi recomendado o arquivamento do processo por extinção da punibilidade.

A investigação descartou a obrigatoriedade de a Cemig sinalizar as torres de transmissão nas proximidades do aeródromo. “É fato que a aeronave se chocou com a torre de transmissão e ela não era sinalizada. O fato de não estar sinalizada poderia ter prejudicado visão dos pilotos. Mas era obrigatório que as torres estivessem sinalizadas? Não. Agora estão sinalizadas por recomendação do Cenipa, mas não há obrigatoriedade pela altura da torre e da distância da zona de proteção”, explicou Ivan Lopes. Os delegados também disseram que não houve um atentado, assim como a possibilidade de mal súbito por parte da tripulação.