O que era para ser o alívio para os moradores de vários bairros de Juatuba, acabou se transformando em pesadelo. Em várias localidades, as obras da Copasa, iniciadas em meados de 2023, têm gerado transtornos crescentes, especialmente quando chove.
A Copasa iniciou obras para a instalação da rede de esgoto em algumas regiões, porém, os moradores alegam que a execução ineficiente do serviço tem prejudicado toda população. A compactação insuficiente do solo tem sido apontada como uma das principais causas dos transtornos. Durante as chuvas, as enxurradas varrem as vias, provocando crateras e buracos tornando o trânsito praticamente impossível.
Um morador da Rua Nova Serrana, em Francelinos, denunciou nas redes sociais a situação precária em que se encontra a via após as obras da Copasa. Ele relata que, apesar da instalação de uma rede de esgoto, vazamentos frequentes têm sido observados, piorando os problemas já existentes.
“Colocaram um caninho (manilha) de 100 e estão falando que é rede de esgoto para cobrar taxa”, diz. Em seguida, ele mostra a água esguichando no meio da via. “Olha aí o vazamento. A água da chuva passa aqui, arranca pedra e terra, os canos rompem e a água esguicha até o poste”, explica. Em outro registro, ele mostra a enxurrada na mesma rua. “Já tem mais de 20 anos que essa rua é desse jeito. Mas depois que a Copasa fez as obras, tudo piorou.”
Muitos transtornos
Maria Helena da Silva, auxiliar de RH, testemunha os transtornos enfrentados por sua família e vizinhos, evidenciando a gravidade do problema. ” Se alguém ficar doente, para socorrer, somente no colo, já que carro não passa na rua por causa da lama e dos buracos”, explica.
Ela também relata que para contornar os problemas decorrentes da falta de pavimentação, a prefeitura sempre realizava terraplanagem. “Mas depois que a Copasa mexeu, nem isso a prefeitura faz mais”, afirma.
Luiz Fabiano Ferreira, residente do Bairro Cidade Nova II, salienta que a situação se agravou desde que a empreiteira contratada pela Copasa iniciou a execução do projeto. Segundo ele, o serviço mal feito tem provocado crateras e excesso de lama, o que impede não só o tráfego de veículos, mas também o deslocamento de pedestres na região.
Luiz reclama da falta de resposta das autoridades competentes diante das denúncias dos moradores. “Já acionamos a Defesa Civil e tentei contato com o engenheiro responsável pela obra da Copasa, mas ele desligou o telefone na minha cara”, diz indignado.
O transtorno não se limita apenas ao tráfego: crianças têm dificuldades em frequentar a escola devido ao estado precário das ruas, e até mesmo o transporte escolar é afetado. “Algumas crianças, para chegar até o ônibus, precisam colocar sacolinhas de supermercado no pé. No entanto, nem sempre conseguem ir para a escola, pois, os ônibus escolares ficam atolados no barro.
Além de Cidade Nova II e Francelinos, outros bairros como Satélite, Canaã, na área próxima ao presídio, também sofrem com os mesmos problemas decorrentes das obras inacabadas da Copasa. “Queremos soluções efetivas que garantam o saneamento básico, sem comprometer a nossa qualidade de vida”, desabafa Luiz.