Muita gente já pensou como ajudar a preservação da natureza ou a causa animal, mas não sabe por onde começar. A organização não-governamental Asas e Amigos, de Juatuba, está divulgando uma ação de apadrinhamento de animais resgatados pela instituição. A contribuição dos padrinhos e madrinhas tem sido fundamental para a continuidade dos trabalhos de acolhimento feitos pela ONG na região.
A Asas e Amigos abriga atualmente 540 animais silvestres incapacitados de retornar à natureza. Além do alojamento, a instituição realiza o trabalho de resgate, garante cuidados médicos, cirurgias e tratamento dos bichos. Mesmo realizando um trabalho amplo, com cinco funcionários assalariados, a ONG não recebe financiamento público.
O veterinário Marcos Mourão Motta, presidente da organização, conta que a atenção das autoridades políticas está voltada para as organizações que lidam com o retorno dos animais para a natureza, enquanto as ONGs que oferecem cuidados para bichos com ferimentos são deixadas de lado. “O poder público tem mais visão para a soltura de animais, e quase não há investimentos para os cuidados com animais deficientes”, relata.
Os cincos funcionários que trabalham na organização possuem carteira assinada e para pagar os salários dos tratadores, são utilizados recursos que vêm da clínica veterinária de Marcos, em Belo Horizonte. As doações representam 30% da quantia que sustenta a instituição, e delas faz parte o programa de apadrinhamento de animais.
Para ser um padrinho ou madrinha de um animal silvestre, basta enviar um e-mail para asaseamigos@hotmail.com ou acessar o site asaseamigos.com.br e fazer a inscrição. É solicitada uma contribuição mensal de R$20. No site há foto de todos os animais disponíveis para apadrinhamento e os padrinhos ganham certificado com o nome do bicho acolhido, além de uma homenagem de agradecimento do santuário.
História da ONG já dura anos
Desde 2001, o presidente e idealizador da Asas e Amigos, Marcos de Mourão Motta, trabalha para salvar as vidas de animais selvagens. Muitos desses bichos são vítimas de tráfico e foram resgatados pelo IBAMA, Polícia Militar do Meio Ambiente ou Instituto Estadual de Florestas, que depositam a confiança no trabalho da equipe da ONG.
O espaço de cinco mil metros quadrados é dividido em vários tipos de viveiros adaptados, para se assemelharem ao habitat natural dos animais resgatados. Cada local precisa ser elaborado para acolher e acalmar os bichos, já que muitos deles podem ficar vários anos incapacitados de retornarem para a natureza. “O tempo que cada espécie fica nos viveiros varia. Temos casos tanto de seis meses, quanto de dois anos. Uma onça pintada, por exemplo, já chegou a ficar cinco anos em internação, até ser reinserida na natureza”, conta Marcos.
Apesar do grande esforço dos veterinários e tratadores, cerca de 35% dos animais que chegam à ONG não sobrevivem. Isso acontece porque muitos são resgatados já em estado grave, vítimas de maus tratos, atropelamento e contato com incêndios. Já outros 35% dos bichos possuem complicações que os deixam incapacitados de retornarem à selva, como perda dos olhos e das patas, e ficam permanentemente na instituição.