Moradores dos bairros Dona Francisca, Residencial Ilhéus, Francelinos, Samambaia e Baviera estão enfrentando sérios problemas com o transporte escolar. Nas redes sociais, há vários relatos de pais que denunciam a precariedade dos ônibus destinados ao transporte dos estudantes. “As irregularidades vão desde falta de cinto de segurança, até pneus carecas e portas estragadas”, denunciam.
A dona de casa, Leidiane Gonçalves, conta que a situação é recorrente. “Quando o ônibus não está quebrado, está cheio de lama ou de poeira. Vivem trocando os veículos, porque sempre dão problema. Hoje é um vermelho, amanhã é outro azul”, diz. Ela ainda slienta que ouviu relatos de que houve dias em que os ônibus circularam até sem vidros na janela. “Eu já ouvi que em uma determinada vez, o monitor teve que ficar vigiando as crianças, pois o vidro da janela tinha quebrado”, diz.
Não bastassem as condições precárias do veículo, a falta de pavimentação dessas regiões provoca uma poeira que causa diversos transtornos aos alunos. Leidiane conta que quando o ônibus chega para as crianças embarcarem, a poeira que levanta é intensa. “As crianças chegam a ser engolidas pela poeira e para amenizar o problema, muita gente molha as ruas antes do ônibus escolar parar para pegar as crianças.
Como os veículos do transporte escolar são velhos, as portas e janelas não têm boa vedação e, por isso, a poeira chega até no interior do ônibus. Os estudantes, inalam e sujam também o uniforme. “A escola quer que a criança chegue limpa, mas como?”, indaga Leidiane, afirmando que a roupa fica com a marca exata do assento empoeirado do veículo. “Fica a marca certinha do encosto e do assento do ônibus na roupa dos alunos”, desabafa.
Problema recorrente
Em julho de 2023, após muitas reclamações e nenhuma providência do poder público, lideranças locais e pais de alunos da Escola Municipal Juquita Firmino, compartilharam um vídeo expondo a precariedade do transporte escolar e o registro ganhou repercussão nacional.
As más condições dos ônibus que transporta alunos em Juatuba chocaram a população e chamaram a atenção da mídia. “O problema é tão sério, que a nossa realidade repercutiu em rede nacional de televisão”, conta um dos autores do vídeo.
Na época, após a repercussão do caso, a prefeitura, em resposta às críticas, afirmou que estava adotando medidas paliativas para minimizar os efeitos da poeira e aguardava a liberação de um empréstimo para asfaltar as vias por onde o ônibus transitava. “A promessa foi feita, mas priorizaram outras demandas e ainda não tivemos nenhum retorno sobre qualquer melhoria no transporte escolar”.